A entrada desta operadora no mercado português, em novembro, trouxe alterações significativas ao setor das telecomunicações, provocando uma resposta imediata da concorrência. A empresa romena, conhecida pelos seus preços altamente competitivos, introduziu pacotes com valores bastante inferiores aos praticados pelas operadoras tradicionais, forçando reajustes nas ofertas de serviços de internet fixa e móvel.
De acordo com o barómetro elaborado pela CNN Portugal em parceria com a Deco Proteste, contratar um serviço exclusivamente de internet fixa em Portugal tornou-se quase três vezes mais barato desde a chegada da Digi.
Redução de preços pela concorrência
Duas das principais operadoras nacionais, NOS e Vodafone, foram rápidas a reagir. A NOS ajustou o preço do seu pacote de internet fixa de 40,50€ para 29,50€, representando uma descida de 27%. A Vodafone seguiu a mesma estratégia, reduzindo a sua oferta de 36,50€ para 29,50€.
Segundo a Deco Proteste, “desde 26 de novembro, tivemos duas reduções de preços, ambas em tarifários de marcas principais, que até agora não haviam sofrido mudanças significativas desde a chegada da Digi”.
Outras marcas associadas às principais operadoras, como a Uzo (MEO), Woo (NOS) e Amigo (Vodafone), também ajustaram os preços. O pacote de internet fixa com 1 Gbps, anteriormente a 27€, sofreu uma descida para 15€, com fidelização mínima de três meses, exceto no caso da Uzo, que exige seis meses.
Alterações nos pacotes de internet móvel
O impacto da entrada da Digi estendeu-se ainda ao mercado da internet móvel. A MEO, que oferecia 100GB por 19,99€, ajustou o preço para 14,99€. Já a NOS substituiu o seu pacote de 250GB por uma oferta de 100GB ao mesmo preço, 14,99€.
A Vodafone, por sua vez, manteve o preço de 17,99€, mas aumentou o limite de dados disponíveis de 100GB para 250GB. Em todos os casos, mantém-se o requisito de fidelização de 24 meses.
A estratégia da Digi
A Digi destaca-se no mercado pela ausência de fidelização nos seus serviços móveis e pela limitação do período de fidelização a três meses nos pacotes de internet fixa. Esta abordagem permite aos clientes uma maior flexibilidade na escolha e personalização dos seus serviços, com opções que incluem televisão, telefone fixo, internet móvel e fixa, sem a necessidade de aderir a pacotes predefinidos.
No que respeita às tarifas, a operadora oferece condições agressivas. No segmento móvel, disponibiliza 50GB de dados e chamadas ilimitadas por 4€ mensais, e uma alternativa com 200GB por 9€ mensais. Para os clientes com três ou mais números associados, o pacote de internet e chamadas nacionais ilimitadas, que custa 7€, pode ser reduzido para 5€ mensais.
Na internet fixa, o serviço de 1 Gbps é disponibilizado por 10€, enquanto a velocidade de 10 Gbps tem um custo de 15€. A oferta de televisão inclui 60 canais por 12€ mensais, embora não inclua conteúdos desportivos nem os canais do grupo Impresa (SIC), devido à ausência de acordo entre as partes. O telefone fixo é disponibilizado por 1€ por mês para chamadas tarifadas ao minuto ou 2€ para chamadas ilimitadas.
Um mercado em transformação
Com esta nova dinâmica, as mudanças trazidas pela nova operadora provocaram uma remodelação significativa no panorama das telecomunicações em Portugal. Operadoras tradicionais tiveram de ajustar os seus preços e ofertas, refletindo o impacto imediato da concorrência e criando um mercado mais competitivo para os consumidores.
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