O período festivo de Natal e Passagem de Ano, marcado pelo aumento das compras e pela preparação das celebrações, tem um impacto direto na forma como os portugueses gerem as suas finanças pessoais, com especial destaque para a utilização de cartões de crédito, pois apesar da conveniência oferecida por esta ferramenta financeira, o risco de endividamento é elevado.
De acordo com uma análise do CréditoConsolidado.pt, baseada em dados do Banco de Portugal, verifica-se uma tendência consistente ao longo da última década: o número de novos contratos de cartões de crédito dispara nos meses de novembro e dezembro, registando um aumento de 20,67% face à média dos restantes meses do ano.
Este crescimento, associado ao espírito de consumo e generosidade típico da época natalícia, levanta preocupações sobre o uso consciente deste tipo de crédito e o perigo de endividamento.
Entre 2013 e 2023, foi registada uma média de 71.236 novos contratos de crédito revolving – que inclui cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto – nos meses de janeiro a outubro. Contudo, nos meses de novembro e dezembro, esta média subiu para 85.961 novos contratos.
Apesar da conveniência que os cartões de crédito oferecem, o risco de endividamento é elevado. O crédito revolving associado a estas ferramentas financeiras apresenta taxas de juro significativamente altas. Quando combinado com a possibilidade de pagamento parcelado, pode dificultar o controlo das despesas acumuladas, levando muitas famílias a uma situação financeira mais frágil.
Estratégias para um Natal financeiramente saudável
Com a expectativa de que os portugueses gastem mais neste Natal do que na mesma época de 2023, é imperativo adotar estratégias de planeamento financeiro para evitar a sensação de pressão económica.
- Pagar na totalidade os gastos com o cartão de crédito: se não pagar a 100% o valor em dívida no prazo definido pelo banco, terá de pagar juros elevados que podem superar os 19%;
- Usar dinheiro ou cartão de débito: sempre que possível, optar por pagar a pronto em vez de utilizar o crédito;
- Pagar mais do que o mínimo: idealmente, deverá pagar mais do que o pagamento mínimo exigido. Isto ajuda a reduzir o saldo mais rapidamente e diminui os juros cobrados;
- Foco nas dívidas mais caras: dar prioridade aos cartões com as taxas de juro mais altas (TAEG). Isso reduz o impacto dos juros acumulados;
- Estabelecer um orçamento de Natal: definir um limite claro para gastos relacionados com presentes e festas, e evitar compras impulsivas.
- Juntar cartões num único pagamento: se tem vários cartões, pode considerar um crédito consolidado, pois permite juntar várias dívidas de cartões de crédito num só contrato com uma taxa de juro mais baixa.
Para mais informações sobre estes dados, leia o artigo completo sobre evitar dívidas de cartões de crédito.
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