Dois esquemas cada vez mais comuns em caixas Multibanco estão a preocupar as autoridades em Espanha. Tratam-se de técnicas capazes de clonar cartões ou até reter o dinheiro levantado sem que o utilizador se aperceba. Já foram identificadas em várias cidades e podem facilmente passar despercebidas a quem não esteja atento.
O primeiro método, de acordo com a Policía espanhola, é o chamado skimming. Consiste na colocação de um pequeno dispositivo na ranhura onde se insere o cartão, capaz de copiar a informação contida na banda magnética. Com esses dados, os criminosos podem criar cópias do cartão e realizar transações fraudulentas.
O segundo esquema foi denominado de “régua” pelo jornal espanhol AS, devido ao objeto usado: uma régua metálica ou imantada colocada na saída de dinheiro. Este truque impede que as notas sejam dispensadas, levando o utilizador a pensar que a operação não foi concluída. Mais tarde, os autores retiram o dispositivo e ficam com o dinheiro retido.
Atenção redobrada ao utilizar o Multibanco
A recomendação das autoridades é simples: antes de introduzir o cartão, inspecione a máquina e procure sinais de alteração ou objetos estranhos na ranhura e no dispensador de notas. Caso tenha dificuldades em levantar dinheiro, contacte de imediato o banco responsável pelo equipamento e permaneça junto ao local até resolver a situação. A Policía espanhola sublinha que se afastar pode permitir que os criminosos regressem para recolher o dinheiro bloqueado.
Além disso, é importante verificar o ambiente circundante, certificando-se de que não há pessoas demasiado próximas, e proteger o teclado com a mão ao digitar o PIN. Segundo o AS, também é aconselhável consultar regularmente os movimentos bancários, para detetar transações não autorizadas e agir rapidamente.
Em caso de suspeita ou se for vítima destes esquemas, as autoridades recomendam comunicar de imediato a situação à polícia. Em Espanha, pode fazê-lo numa esquadra ou através do número 091. Em Portugal, o contacto deve ser feito junto da Polícia de Segurança Pública ou da Guarda Nacional Republicana, bem como ao seu banco.
Este tipo de fraude não é exclusivo do território espanhol. Casos semelhantes têm sido reportados em vários países, incluindo Portugal, onde as forças de segurança também alertam para a necessidade de vigilância e de adotar hábitos de prevenção sempre que se utiliza um caixa Multibanco.
Situação em Portugal: como estão os esquemas similares e o que diz a lei
Em Portugal, a clonagem de cartões Multibanco continua a ser uma das fraudes mais recorrentes, segundo dados da Guarda Nacional Republicana, que aponta para mais de mil ocorrências anuais nos últimos anos.
Trata-se de operações discretas, muitas vezes confundidas com simples falhas técnicas, mas que têm como objetivo copiar dados da banda magnética ou do chip do cartão.
Também a PSP tem detido indivíduos envolvidos na instalação de dispositivos de skimming em caixas Multibanco, apreendendo material como skimmers, cartões contrafeitos, câmaras ocultas e equipamentos para duplicar cartões e extrair códigos PIN.
As autoridades alertam para sinais que podem indicar adulteração do terminal, como ranhuras danificadas, teclados com peças soltas ou tonalidades diferentes e componentes aparentemente deslocados. Em caso de suspeita, a recomendação é cancelar de imediato o cartão e apresentar queixa junto das autoridades.
Adicionalmente, as forças de segurança aconselham a proteger o teclado enquanto se digita o PIN, de forma a evitar que microcâmaras ocultas captem os movimentos.
É igualmente importante verificar com regularidade os movimentos bancários e reportar de imediato qualquer transação não reconhecida ao banco e à polícia.
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