Na Europa, os salários dos polícias variam amplamente, refletindo diferenças não apenas no poder económico dos países, mas também nas prioridades atribuídas à segurança pública. Enquanto os países da Europa do Norte e Ocidental lideram em termos de remuneração, os da Europa do Sul e de Leste ficam para trás, embora melhorem quando os valores são ajustados pela paridade do poder de compra (PPC).
Quanto ganham os polícias na Europa?
De acordo com os dados mais recentes do Eurostat analisados pela Euronews Next, os salários dos polícias na União Europeia variam entre os 699 euros mensais na Bulgária e os 5.761 euros na Dinamarca. Estes valores aplicam-se a um agente do sexo masculino, de 35 anos, com mais de 10 anos de experiência, formação de nível superior inferior e uma semana de trabalho de 36 horas.
Os países que mais pagam
A Dinamarca lidera a tabela, com um salário bruto mensal de 5.761 euros. Seguem-se a Alemanha, o Luxemburgo e a Bélgica, com salários médios na ordem dos 4.200 euros. Nos Países Baixos, os polícias auferem 3.881 euros mensais, e na Irlanda, 3.576 euros.
Em França, os polícias recebem 3.395 euros, enquanto em Itália o valor é de 2.537 euros. Entre as quatro maiores economias da União Europeia, a Espanha paga os salários mais baixos, com 2.271 euros mensais.
Os países com salários mais baixos
Na Bulgária, os polícias auferem o salário mais baixo: apenas 699 euros mensais. Outros países da Europa de Leste, como a Hungria, a Polónia, a Roménia e a Croácia, também apresentam valores reduzidos, entre 1.050 e 1.250 euros.
Em Portugal, os salários dos agentes da polícia situam-se acima de alguns países da Europa de Leste, mas ficam significativamente abaixo da média europeia.
Ajustes pelo poder de compra
Quando os salários são ajustados ao PPC, que elimina as diferenças de preços entre países, as disparidades diminuem, mas persistem. Os valores ajustados em PPS (Paridade do Poder de Compra) variam entre os 1.158 euros na Bulgária e os 4.397 euros na Dinamarca.
Portugal ocupa o quarto lugar a contar do fim da tabela, com um salário de 1.632 PPS, enquanto a Espanha regista o valor mais baixo entre as principais economias da UE, com 2.481 PPS. Nos países do Norte da Europa, como a Dinamarca, os salários continuam a liderar, mesmo após os ajustes.
Salários de inspetores e detetives
Os inspetores e detetives da polícia, que assumem funções de maior responsabilidade, ganham significativamente mais do que os agentes. Os valores vão de 1.316 euros na Bulgária a 6.351 euros na Dinamarca. Outros países, como a Alemanha (5.300 euros), a Irlanda (5.451 euros) e o Luxemburgo (5.243 euros), também oferecem remunerações elevadas para estas funções.
Por outro lado, em países como a Letónia, a Croácia e a Roménia, os salários continuam abaixo dos 2.000 euros, mesmo para inspetores e detetives.
Diferença salarial entre homens e mulheres
A disparidade salarial entre géneros é uma realidade em grande parte da Europa, também nas forças policiais. O Luxemburgo é o único país onde as mulheres polícias ganham mais do que os seus colegas masculinos. Nos restantes países, os homens ganham, em média, mais 10% do que as mulheres.
Em 2022, as mulheres representavam apenas 20% da força policial na União Europeia. Portugal apresentava a menor percentagem de mulheres agentes, com apenas 9%, enquanto a Letónia liderava com 43%.
Reino Unido: uma comparação útil
Embora fora do âmbito do Eurostat, o Reino Unido apresenta salários relativamente competitivos. Segundo o sítio de carreiras do governo britânico, os agentes da polícia ganham entre 29.000 e 46.000 libras anuais (cerca de 2.945 a 4.657 euros mensais). Na Polícia Metropolitana, que serve Londres, os salários podem chegar a 68.734 euros anuais, o equivalente a 5.728 euros mensais após sete anos de serviço.
Reflexão final
Os salários dos polícias na Europa refletem diferenças profundas entre os Estados-membros, com as economias mais fortes a liderarem em termos de remuneração e as nações da Europa de Leste e do Sul a ficarem aquém. No entanto, ajustes pelo poder de compra mostram que alguns países conseguem oferecer maior equilíbrio, mesmo com salários nominais mais baixos.
A valorização da carreira policial passa, inevitavelmente, por uma melhoria nas condições salariais e na redução das disparidades, não apenas entre países, mas também entre géneros. Com a crescente pressão sobre as forças de segurança, é crucial que os governos europeus continuem a investir na profissão, garantindo que os salários dos polícias sejam justos e atrativos, em consonância com o papel essencial que desempenham na sociedade.
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