A idade média dos automóveis em circulação em Portugal aumentou em 2020, face a 2019. Em 2019 era de 12,8 anos e em 2020 foi de 13,2, indica a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA, no acrónimo original em francês).
Portugal continua, assim, a ter carros mais velhos que na maioria da União Europeia (UE). Na UE a média também aumentou, de 11,5 para 11,8 anos.
Atrás de Portugal encontram-se nove países: Hungria (14,2), Letónia (14,3), Eslováquia (14,3), Polónia (14,3), Croácia (14,8), República Checa (15,3), Grécia (16,6), Estónia (16,7), Roménia (16,9) e Lituânia (17). Por outro lado, o país com a média mais baixa é o Luxemburgo (6,7)
Quanto aos veículos comerciais ligeiros, os mais recentes encontram-se no Luxemburgo (6,2 anos) e os mais antigos na Grécia (20,2). Neste caso a média europeia é de 11,9 anos e Portugal tem uma média de 14,9.
Já os camiões têm, em média, 13,9 anos na UE. Com uma idade média de 21,4 anos, a Grécia tem a frota de camiões mais envelhecida, enquanto as mais recentes se encontram no Luxemburgo (6,7 anos) e na Áustria (7 anos). Em Portugal um camião tem, em média, 15,1 anos.
Por fim, relativamente aos autocarros, estes têm em média 12,8 anos. Portugal fica novamente acima da média europeia, com os seus autocarros a terem em média 14,7 anos.
Frota de veículos de passageiros cresce acima da média da UE
Em pleno ano de pandemia, a frota de automóveis de passageiros em Portugal cresceu 1,8%, mais que a média da UE (1,2%), mas ainda assim atrás de países como a Roménia ou a Eslováquia (5,4% e 5,1%, respetivamente). Em 2019 o crescimento tinha sido mais pronunciado em Portugal (3,8%).
Nas carrinhas, Portugal ficou muito aquém da média europeia. Se na UE houve um crescimento de 1,5%, Portugal apenas cresceu 0,4%. Nesta categoria encontravam-se, em 2020, 29 milhões a circular em toda a Europa, metade das quais em três países: França (5,9 milhões de carrinhas), Itália (4,3 milhões) e Espanha (3,9 milhões). Em Portugal circulavam 1,14 milhões.
Também nos veículos pesados Portugal viu um crescimento abaixo da média da UE (1,7%), ao registar um aumento de 1,1%.
Nos autocarros a evolução foi mais positiva. Na UE houve um decréscimo de 1,6% da frota de autocarros, enquanto em Portugal estes veículos aumentaram 1,2%.
Além do mais, a ACEA dá ainda conta que existem 515 automóveis por mil pessoas, o que fica abaixo da média de 560 da Europa. Neste aspeto, Luxemburgo tem a maior densidade na UE (696) e a densidade mais baixa encontra-se na Letónia (353).
De realçar que a Letónia tem também a percentagem mais alta de agregados familiares que não possuem automóvel (43%), o que compara, por exemplo, com França, onde 32% dos agregados tem dois carros. Este tipo de dados não estava disponível para Portugal.
Sem surpresas: gasóleo é o mais utilizado
Ao contrário da média europeia, em Portugal o gasóleo é o combustível mais utilizado. Mais precisamente, 59,9% dosa automóveis usa gasóleo e 37% gasolina. Os restantes têm uma presença pouco pronunciada: 0,5% para bateria e elétricos, 0,6% para híbridos plug-in, 1,1% para híbridos elétricos e 1% em “outros”.
Já na UE, a maioria utiliza gasolina (51,7%), com 42,8% a utilizar gasóleo. Já em 2019 Portugal contrariava a tendência europeia.
Tal como Portugal, outrod países não seguem esta tendência. São eles: Áustria, Croácia, França, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Eslovénia e Espanha.
Há outros países, como a Grécia e os Países Baixos, em que mais de 80% dos carros usa gasolina (88% e 80,1%, respetivamente).
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL