“Ora, eu lá gosto disso.” É com um esgar que o Sr. Barradas desdenha da pera abacate que vende na sua banca no mercado municipal de Tavira. “A minha mulher é que gosta disso. Acho que come com mel e açúcar, nem sei.”
Tem 76 anos – quase tantos anos de vida como de labuta no campo. Tem um bocadinho de tudo e há uns anos, quando “começou a moda do abacate”, usou um espaço do terreno para plantar abacateiros. Está encostado à pequena banca onde uma variedade de citrinos e diospiros se destacam. “Abacates não há muitos, só daqui a uns meses é que é o tempo deles.”
Tudo o que o casal vende no mercado é do seu terreno. É um pedaço de terra pequeno, assegura Maria José, de 68 anos e mulher do Sr. Barradas. “Às vezes também parto ao meio e ponho mel e limão. É muito bom”, garante.
Foi ela que no dia em que umas laranjeiras morreram quis plantar abacateiros. “São poucas árvores mas de qualidade”, diz enquanto agarra nuns hasse, a variedade melhor e mais saborosa. “Estes são mesmo fresquinhos foram apanhados ontem à tarde da árvore. São bem bonitos, não são?”
O casal Barradas recusa vender os terrenos nem que lhes apareça alguém com um bom negócio. “Herdei-os dos meus pais”, explica Maria José.
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- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL