Quando era pequeno, Alexandr Wang era considerado um génio da Matemática. Inscreveu-se pela primeira vez num concurso nacional da disciplina no sexto ano, para ganhar um bilhete para a Disney World. Anos mais tarde, aos 17, já estava a trabalhar a tempo inteiro na codificação do site Quora. Agora, com 25, é o mais jovem multimilionário do mundo, segundo a “Forbes”.
Há seis anos, Wang criou com Lucy Guo a Scale AI, uma empresa com sede em São Francisco, na Califórnia, que já assinou três contratos com o Governo dos Estados Unidos no valor de 110 milhões de dólares para ajudar a Força Aérea e o Exército a usar inteligência artificial.
Wang decidiu estudar machine learning no Massachusetts Institute of Technology (MIT), mas a experiência não durou muito – após o primeiro ano, fundou a Scale AI com o investimento da aceleradora de startups Y Combinator. “Disse aos meus pais que ia ser apenas uma coisa que fiz para o verão. Obviamente, nunca mais voltei à escola”, contou à “Forbes”.
Os pais trabalhavam como físicos em projetos de armamento para os militares no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, onde os Estados Unidos desenvolveram a sua primeira bomba atómica durante a Segunda Guerra Mundial.
TECNOLOGIA PROMOVE O “POTENCIAL DOS DADOS”
Em 2018, a empresa e os respetivos fundadores integraram a lista 30 Under 30, da Forbes. No ano passado, angariaram 325 milhões de dólares (303,16 milhões de euros) em financiamento, o que se estima que permitirá um aumento de 100 milhões de dólares (93,28 milhões de euros) nas receitas, atingindo um total de 7,3 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros). A participação de 15% de Wang vale mil milhões de dólares (932,8 mil milhões de euros).
Mas o que faz concretamente esta empresa? Wang esclarece. “Todas as indústrias assentam sobre uma enorme quantidade de dados. O nosso objetivo é ajudar a desbloquear o potencial dos dados e a sobrealimentar os seus negócios através da inteligência artificial.”
No ano passado, Wang explicou ao jornal “The Wall Street Journal” que o rápido crescimento do mercado está a impulsionar a expansão da Scale AI ao nível de serviços baseados em software concebidos para ajudar as empresas a recolher, anotar, limpar e gerir dados, ao mesmo tempo que constroem e controlam modelos de inteligência artificial.
A tecnologia da Scale analisa, por exemplo, as imagens de satélite para determinar os danos que as bombas russas estão a causar na Ucrânia, de forma muito mais rápida do que os humanos. Mas não é útil só para fins militares – mais de 300 empresas, entre as quais a General Motors, usam a ferramenta para recolher e tratar grandes quantidades de informação.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL