Associativismo, inovação, progresso e visão… São vários os adjetivos que poderiam caraterizar a atuação do NERA (Associação Empresarial da Região do Algarve) nos últimos 30 anos.
O NERA comemora este ano um marco histórico: 30 anos de existência. Para assinalar esta data especial, está a decorrer o jantar de aniversário durante a noite de hoje, nas instalações do NERA, na Zona Industrial de Loulé.
Vítor Neto, presidente da NERA, disse ao POSTAL que “este é o resultado do trabalho de muita gente, de muitos empresários, de várias entidades que tornaram isto possível”.
“A ideia nasceu em 1980 quando um grupo de empresários contactou a AIP- Associação Industrial Portuguesa para criar uma associação empresarial. Esse processo avançou e em 1983 a AIP criou um sistema para incentivar a criação de núcleos empresariais. O NERA foi um dos primeiros, como delegação da AIP. Depois, em 1989, o NERA autonomizou-se de forma jurídica como associação autónoma”, afirma o responsável.
“As primeiras instalações foram em Faro. Depois, a Câmara de Loulé sensibilizou-se para o problema e criou a possibilidade de um espaço na área empresarial. A conjugação disso com uma candidatura feita pela AIP para desenvolver as associações empresariais a nível regiona permitiu que o NERA se viesse a estabelecer aqui”, complementa.
O responsável afirma que “a atividade do NERA tem sido de constante defesa dos interesses da economia, dos interesses dos empresários, ajudando-os na formação, na assessoria jurídica, entre vários outros aspetos. Temos também uma relação importante com as entidades regionais, tais como as câmaras municipais, as direções regionais e o Governo, com o objetivo de defender os pontos de vista da economia e dos empresários da região”.
“Agora temos outros desafios à nossa frente, nomeadamente o de avançar. Por um lado é necessário responder a algum desequilíbrio estrutural que exista na nossa economia. Nós temos um turismo muito forte e isso é positivo, mas temos de recuperar também os outros setores ligados à agricultura e ao mar, no sentido de dar uma consistência maior à estrutura económica da região”.
O presidente do NERA refere que “temos, por outro lado, os desafios das novas tecnologias, onde temos de desenvolvê-las e aplicá-las nas empresas que já existem e nas que venham a ser criadas. Por fim temos também uma questão que eu considero um problema político: o Algarve precisa de ter uma administração regional própria que lhe permita gerir uma estratégia regional equilibrada, de forma a combater os desequilíbrios da estrutura económica e de avançar para o futuro”.
Joaquim Fernandes, um dos fundadores do NERA, disse ao POSTAL que “o balanço destes 30 anos é bastante positivo. É gratificante nós podermos trabalhar num movimento associativo empresarial porque o Algarve, como qualquer outra região, tem problemas e é necessário que existam organizações para possibilitar a diminuição desses constrangimentos”.
“O NERA tem tido um papel de grande proximidade com os agentes regionais”
“O NERA tem tido um papel de grande proximidade com as empresas, com os empresários e também com as outras entidades. A união faz a força”, garante.
Manuel Pego, sócio-fundador do NERA, referiu ao POSTAL que o “NERA é uma peça fundamental para o desenvolvimento da região porque ajuda as empresas e faz bastante formação. O NERA foi bem gerido e continua dentro da modernidade. Foi um movimento muito interessante e muito importante para o Algarve”.
Francisco Serra, presidente da CCDR, partilha da mesma opinião. Ao POSTAL disse que “o NERA é uma associação empresarial importante porque, em primeiro lugar, é multissectorial. Depois também pela tradição, pela história e pelas ligações a confederações empresariais a nível nacional, entre vários outros aspetos”.
“O NERA tem tido uma atitude muito proativa na procura de soluções para os associados e para o tecido empresarial através da participação em projetos comunitários financiados por nós, pelo PO Regional”, realça.
Por sua vez, João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, disse ao POSTAL que “o NERA está de parabéns não só pelo dia que hoje celebra, mas também pelo percurso até aqui chegar. Tem sido uma instituição que aporta conhecimento. Nos dias de hoje, um dos maiores contributos que uma organização empresarial pode dar é exatamente o trazer para discussão os problemas do dia a dia e os desafios do futuro e o NERA fá-lo de forma muito consolidada”.
“O NERA tem feito um trabalho muito importante a vários níveis”
“O NERA tem feito um trabalho muito importante a vários níveis. Quero focar sobretudo isto: a capacitação dos agentes, a discussão dos temas da atualidade e o estudo sobre soluções para o futuro do Algarve. As organizações vivem de pessoas e o Vítor Neto é claramente uma referência”, conclui o presidente da RTA.
O evento do NERA tem como orador convidado o Engenheiro João Cravinho e conta com a presença de diversas personalidades e responsáveis de organismos e entidades da região.
“Durante esta noite vou abordar o Algarve frente ao futuro e farei depois três notas introdutórias. A primeira é sobre alguns problemas estruturais que o Algarve tem face ao futuro, a segunda é o problema das políticas públicas prioritárias e a terceira a questão da regionalização”, disse João Cravinho à chegada às instalações do NERA.
João Cravinho vê no NERA, “uma associação empresarial aberta, atenta à evolução e combativa no sentido de querer ver problemas resolvidos numa base racional”.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)