O plano “Made in China 2025”, lançado em 2015 sob a liderança do Presidente Xi Jinping, visava transformar a China numa potência industrial de alta tecnologia, reduzindo a dependência de tecnologias estrangeiras e promovendo a inovação doméstica. Passados dez anos, os resultados indicam que a iniciativa tem sido amplamente bem-sucedida, justificando os investimentos realizados, avança esta sexta-feira o Nikkei Asia, versão em inglês do jornal japonês líder em negócios e economia.
De acordo com um relatório da Bloomberg, a China alcançou liderança global em cinco das treze tecnologias críticas monitorizadas, incluindo veículos elétricos, baterias de lítio, drones, painéis solares e grafeno. Além disso, o país tem rapidamente reduzido a diferença em outras áreas tecnológicas, demonstrando a eficácia das políticas implementadas.
O sucesso do “Made in China 2025” é ainda mais notável considerando os desafios enfrentados, como tarifas comerciais, controles de exportação e sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos nos últimos anos. Apesar dessas restrições, a China continuou a avançar nas indústrias emergentes, consolidando sua posição no cenário tecnológico global.
Um exemplo claro desse progresso é o desempenho da BYD, líder chinesa em veículos elétricos, que em 2024 alcançou vendas recorde de 4,3 milhões de unidades, superando suas metas e aproximando-se dos números da Tesla. Esse crescimento reflete a eficácia dos subsídios governamentais e das políticas de incentivo à indústria de veículos elétricos.
Contudo, nem todas as metas foram plenamente atingidas. Setores como materiais avançados e tecnologias de litografia ainda apresentam desafios, com algumas metas não cumpridas até o momento. Apesar disso, a taxa de realização dos objetivos propostos é significativa, indicando um progresso substancial na maioria das áreas estratégicas.
Especialistas sugerem que as políticas destinadas a conter o avanço tecnológico da China podem, inadvertidamente, isolar os Estados Unidos e impactar negativamente suas próprias empresas e consumidores. Adam Posen, presidente do Peterson Institute for International Economics, alerta que as restrições impostas pelos EUA podem não ser eficazes em desacelerar o progresso tecnológico chinês e podem, simultaneamente, prejudicar a inovação nos Estados Unidos e globalmente.
Em resumo, o “Made in China 2025” tem se mostrado um investimento valioso para a China, permitindo ao país alcançar posições de destaque em diversas tecnologias emergentes e fortalecer sua competitividade no mercado global. Apesar dos obstáculos e da concorrência internacional, a estratégia de Xi Jinping tem rendido frutos significativos, consolidando a China como uma força dominante na indústria de alta tecnologia.
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