A chegada da operadora Digi a Portugal, há pouco mais de um mês, tem gerado reações mistas entre os consumidores. Conhecida pelos preços competitivos e pela flexibilidade nos contratos, a Digi promete agitar o mercado das telecomunicações, mas enfrenta desafios na adaptação às exigências dos clientes.
Segundo uma análise da Selectra, citada pelo Notícias ao Minuto, que reúne comentários de utilizadores em plataformas online, a operadora conseguiu destacar-se por alguns fatores positivos, mas também tem recebido críticas sobre limitações técnicas e de serviço.
O que os consumidores destacam de positivo?
- Preços acessíveis
A Digi posiciona-se como uma opção low-cost no mercado nacional, com tarifas mais económicas do que a maioria das concorrentes. Este é, sem dúvida, um dos pontos mais elogiados pelos utilizadores. - Fidelização reduzida ou inexistente
Os contratos móveis da Digi são flexíveis, oferecendo a possibilidade de adesão sem fidelização. Nos planos que incluem internet fixa, a fidelização é limitada a um máximo de três meses, um modelo que contrasta com as práticas habituais das grandes operadoras. - Acumulação de dados móveis
Uma funcionalidade inovadora que agradou aos utilizadores é a possibilidade de acumular dados móveis não utilizados, permitindo maior flexibilidade na gestão do consumo. - Impacto na concorrência
Especialistas apontam que a entrada da Digi no mercado poderá incentivar melhorias nos serviços e nos preços das operadoras estabelecidas.
Desafios e críticas dos consumidores
- Cobertura e estabilidade da rede
Fora dos grandes centros urbanos, a rede móvel da Digi tem apresentado instabilidade, dificultando o uso contínuo dos serviços. - Problemas nas chamadas e SMS
Os utilizadores relatam dificuldades em chamadas para redes de outras operadoras, como NOS e Vodafone, e apontam que os SMS para fora da rede Digi são cobrados, o que é considerado uma desvantagem face às ofertas concorrentes. - Limitações na portabilidade
No processo de portabilidade inicial, alguns clientes relataram problemas técnicos e necessidade de reiniciar os dispositivos frequentemente para recuperar a rede. - Oferta de televisão pouco atrativa
A oferta de canais da Digi TV foi alvo de críticas por não incluir opções populares, como SIC, CMTV e Sport TV. Além disso, a box de TV é básica, carecendo de funcionalidades como gravações automáticas, o que é um ponto fraco face às ofertas de operadoras mais consolidadas. - Apoio técnico e pós-venda
O serviço de apoio ao cliente e o suporte técnico foram classificados como insuficientes, com dificuldades em resolver problemas relatados pelos utilizadores.
A avaliação geral
No Portal da Queixa, a Digi obteve uma pontuação de 55,7/100 no primeiro mês, sendo classificada como “razoável”. Em comparação, outras operadoras low-cost, como Woo (94,1), Amigo (81,1) e Uzo (80,7), apresentam índices de satisfação mais elevados.
O futuro da Digi em Portugal
Apesar das críticas, a Digi tem o potencial de melhorar os seus serviços e tornar-se uma alternativa viável no mercado nacional. O impacto inicial já se faz sentir, forçando a concorrência a rever estratégias e ofertas.
Para alcançar um patamar de maior aceitação, a operadora terá de investir na expansão da cobertura de rede, melhorar a estabilidade dos serviços e reforçar o apoio ao cliente. Com um modelo de negócio centrado em preços competitivos e inovação, o sucesso da Digi em Portugal dependerá da capacidade de superar os desafios iniciais e de responder às expectativas de um mercado cada vez mais exigente.
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