A 360imprimir foi a primeira empresa em Portugal a adotar o modelo de quatro dias de trabalho por semana. Um ano após a implementação, a empresa tecnológica portuguesa avalia os resultados como “muito positivos” e os colaboradores também se mostram muito satisfeitos. Entretanto, embora reconheça o sucesso, a 360imprimir ainda considera prematuro afirmar se o modelo será mantido para além do segundo ano.
“Consideramos os resultados bastante positivos, um ano depois de implementarmos o modelo de 4 dias. 91% dos colaboradores afirmam que preferem a semana de 4 dias à de 5 dias”, refere Sofia Patrão Alves, responsável de recursos humanos da empresa à Exame.
Segundo a responsável, outra das diferenças registadas é a manutenção das pessoas nos cargos, o que traz mais estabilidade à empresa. “O modelo continua a indicar um forte impacto positivo na atração e retenção de talento, com uma redução de mais de 43% da taxa de rotatividade face ao ano anterior ao modelo ser implementado”.
Após a 360imprimir ter adotado a semana de trabalho de quatro dias, outras empresas seguiram a tendência, totalizando 12 que optaram por reduzir um dia de trabalho para os funcionários até o final de 2022.
Posteriormente, o Governo lançou um projeto-piloto envolvendo 39 organizações em 10 distritos diferentes, incluindo as 12 pioneiras. Esta experiência tem a sua conclusão este mês, seguida por uma fase de análise de dados e inquéritos entre dezembro e fevereiro do próximo ano para tirar conclusões.
A 360imprimir também destacou a produtividade durante este primeiro ano de experiência, que registou uma queda de 1,7% por trabalhador. No entanto, a empresa considera essa diferença nula e afirma que, de forma geral, tudo se manteve praticamente igual.
“Como trabalhamos menos horas, o ‘output’ médio por colaborador reduziu proporcionalmente à redução de horas de trabalho por semana, mas já estávamos preparados para este impacto. Sabemos também que é um indicador difícil de medir, e continuamos a tentar encontrar novas formas de o avaliar da forma mais fiel possível porque acreditamos que seja um fator importante na continuidade do modelo”, refere.
No último ano, a estrutura organizacional da empresa teve que se adaptar à nova realidade. Os colaboradores passaram a cumprir mais uma hora por dia nos quatro dias em que estão a trabalhar.
“Embora o modelo mais comum seja o dia ‘off’ à sexta-feira, temos áreas com impacto direto no cliente e que estão operacionais todos os dias úteis, e, nesses casos, criámos um modelo com o dia ‘off’ rotativo”, finaliza.
Após um ano, os colaboradores afirmam que agora exigiriam um bónus para aceitar regressar ao modelo de cinco dias de trabalho. De acordo com os dados recolhidos, 78% declara necessitar de um aumento salarial de, no mínimo, 30% para considerar o retorno ao regime de trabalho de segunda a sexta-feira.
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