Portimonense e Rio Ave empataram este sábado 2-2, em jogo da 27.º jornada da I Liga portuguesa de futebol, num encontro em que os algarvios chegaram ao empate com dois golos de Welinton Júnior, o último aos 90+7 minutos.
Patrick William, aos 19 minutos, e Costinha, aos 74, deram vantagem ao Rio Ave, que procurava voltar aos triunfos depôs da derrota na receção ao líder Benfica (1-0).
Mas Welinton Júnior assegurou o empate para o Portimonense, com golos aos 82 e 90+7.
O Rio Ave cai para o 10.º lugar, agora com 34 pontos, enquanto o Portimonense, que não vence há cinco jornadas, desde 18 de fevereiro, quando bateu em casa o Marítimo (2-1), ocupa o 14.º posto, com 27.
Welinton Júnior ‘bisou’ e deu um ponto ao Portimonense na receção ao Rio Ave
Portimão, Faro, 08 abr 2023 (Lusa) – O avançado Welinton Júnior, com um ‘bis’, deu hoje um ponto ao Portimonense na receção ao Rio Ave (2-2), para a I Liga portuguesa de futebol, anulando uma desvantagem de dois golos com tentos aos 82 e 90+7 minutos.
No encontro da 27.ª jornada, os vila-condenses estiveram na frente do marcador, com golos de Patrick William (19 minutos) e Costinha (74), mas o dianteiro brasileiro tornou-se novamente a figura decisiva de uma equipa que gosta de marcar nos minutos finais: mais de metade (11) dos 20 golos do Portimonense no campeonato são marcados a partir dos 75 minutos.
O Portimonense, que somava cinco desaires seguidos e continua sem vencer na I Liga desde 18 de fevereiro, mantém-se no 14.º lugar, com 27 pontos, 10 acima da zona de despromoção, e o Rio Ave é, provisoriamente, 10.º classificado, com 34.
Na equipa algarvia, Paulo Sérgio fez duas mudanças, com destaque para o regresso à titularidade do médio brasileiro Carlinhos, que voltou à competição no desaire contra o FC Porto depois de uma ausência de quase 11 meses devido a lesão, enquanto Luís Freire repetiu o ‘onze’ derrotado pelo Benfica na jornada anterior.
A equipa de Vila do Conde, mais tranquila na construção de jogo foi a primeira a criar perigo, com remates de Fábio Ronaldo (sete minutos), por cima, e Costinha (nove), para defesa de Nakamura.
Tirando um contra-ataque perigoso desperdiçado por má receção de Yony González e um golo anulado ao colombiano por fora-de-jogo, o Portimonense esteve praticamente ‘desaparecido’ durante o primeiro tempo.
O Rio Ave aproveitou para abrir o ativo, aos 19 minutos: o central Patrick William conduziu a bola, sem oposição, desde o seu meio-campo, passou a Fábio Ronaldo e dirigiu-se para a grande área, onde, livre de marcação, desviou de cabeça ao primeiro poste a bola cruzada pelo ala esquerdo para o seu primeiro golo pelos vila-condenses.
A equipa orientada por Luís Freire manteve o ascendente e só não dilatou a diferença antes do intervalo porque Nakamura defendeu ‘a dois tempos’ um remate de João Graça (28) e André Pereira atirou a rasar o poste nos descontos (45+2).
Paulo Sérgio mexeu para a segunda parte, colocando o avançado Bryan Róchez e retirando o lateral Seck, e a sua equipa ‘ganhou’ mais dinâmica ofensiva, com Jhonatan a impedir dois remates perigosos de Welinton Júnior, aos 53 e 54.
O Rio Ave aguentou o assédio do Portimonense e, depois de ameaçar, por Guga (69), acabou mesmo por alargar a diferença aos 74, na sequência de novo desequilíbrio de Patrick William, em que combinou com Fábio Ronaldo e apareceu na área para assistir para o desvio certeiro de Costinha ao segundo poste.
Mas o Portimonense reduziu aos 82 minutos, num ‘chapéu’ de Welinton Júnior, desmarcado por um passe longo de Park Ji-soo – colocando fim a uma ‘seca’ de 532 minutos dos algarvios sem golos na Liga –, ganhando motivação para os minutos finais.
Depois de terem desperdiçado a igualdade de forma incrível, aos 85 – Iago Cariello, isolado, permitiu a defesa de Jhonatan e Bryan Róchez, na recarga, atirou por cima –, os algarvios ainda foram a tempo de festejar, com o sexto golo de Welinton Júnior no campeonato ‘ao cair do pano’.
Declarações dos treinadores após o jogo
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Nós não somos obrigados a ganhar jogos, porque o futebol tem três resultados possíveis, mas somos obrigados a deixar tudo dentro de campo. É o que isso [pontuar muitas vezes com golos nos descontos] reflete. É uma equipa que tem muito caráter, que é determinada e, quanto a isso não, se pode apontar nada a ninguém.
É um resultado justo. Nós tínhamos um plano de jogo no primeiro tempo, mas não foi bem interpretado. A flutuação do André Pereira, de baixar no campo, tinha de ter acompanhamento para ser feito por um central. Do meu lado, ainda conseguia corrigir algumas vezes, mas do outro lado não e o Rio Ave encontrava como ligar e causou-nos problemas no primeiro tempo.
Também a nossa pressão de dois homens na frente sobre os centrais permitia libertar o terceiro central, no lado oposto ao meu, onde não conseguia corrigir, dando oportunidade ao Rio Ave de ter uma qualidade superior à nossa no primeiro tempo.
O segundo tempo já foi completamente diferente, porque a nossa pressão de três contra três obrigou o Jhonatan a bater a maior parte do tempo e nós também jogámos melhor as segundas bolas.
Fomos amassando, fomos criando, podíamos ter chegado ao empate mais cedo, mas o Rio Ave [aproveita] um atabalhoamento defensivo nosso [no 2-0]. É muito infantil como se permite que um central vá fazer um cruzamento na linha de fundo.
Isso foi um soco dos fortes, mas ainda havia tempo para jogar. Apostámos em explorar o espaço nas costas, criámos ali umas quatro ou cinco situações que podiam ter dado golo mais cedo e, além disso tudo, ainda conseguimos fazer dois golos.
Acreditámos muito que era possível até final e fomos premiados por esse esforço, por essa dedicação e por querer inverter o rumo das coisas.
O Yony González [substituído aos 68 minutos, saiu de maca e com colar cervical] levou uma pancada na cabeça numa disputa. Víamo-lo algo atrapalhado, mas dava sinais positivos, ficámos algum tempo na dúvida, mas o doutor estava preocupado e resolvemos tirá-lo. Está no hospital para ser observado e não temos notícias até ao momento”.
– Luís Freire (treinador do Rio Ave): “Um sentimento agridoce. Sentimento doce porque nós, apesar das contrariedades – o nosso grupo teve à volta de 10 jogadores com uma crise de gastroenterite, o Paulo Vítor foi para o hospital e ainda lá está, o Guga, o Graça, o André Pereira debilitados e foram recuperando –, conseguimos unir-nos nessa adversidade e penso que conseguimos dar continuidade à série de bons jogos que temos vindo a fazer.
Um muito bom jogo na primeira parte. O Portimonense a tentar pressionar alto e nós com qualidade a sair e com muita mobilidade no meio a conseguir encontrar espaços, tendo boas oportunidades para fazer golo. Numa delas, fazemos o 1-0, podíamos ter feito o segundo a acabar a primeira parte, mas, com o Rio Ave com mais personalidade a nível ofensivo e muito a concentrado a nível defensivo, o resultado justificava-se ao intervalo.
Na segunda parte, o Róchez entrou e o Portimonense passou a jogar em ‘4-3-3’, tentando encaixar mais alto na nossa construção a três. Com a entrada do Leonardo Ruiz voltámos a ter ascendente e fizemos o segundo golo num hino ao futebol.
Muito satisfeito até àquele momento. A tomar conta do jogo, podíamos ter feito o terceiro e, de repente, numa rotura que nós sabemos que o jogador do Portimonense é forte naquele movimento e nós não acompanhamos, eles fazem o 2-1 e aí o jogo torna-se outro, muito mais direto, muito mais físico, com muitas segundas bolas, cantos, lançamentos.
Quando o jogou se tornou mais físico, sorriu a sorte ao Portimonense, com um remate que bate num jogador nosso na última jogada do encontro. Sem terem assim grandes oportunidades para fazer golo, acabam por fazer o 2-2.
É um sentimento agridoce, porque gostei da exibição, principalmente com bola. E depois faltou um pouco mais de, vou chamar-lhe sorte, mas não gosto muito de lhe chamar sorte, porque nós podemos fazer sempre melhor, principalmente no primeiro golo [do Portimonense], em que temos responsabilidades de fazer melhor.
O futebol é ingrato por vezes, já sorriu para nós, agora sorriu um pouco para o Portimonense.
Mas é um ponto fora de casa. Chegar aqui e levar um ponto não é bom perante o jogo que fizemos, mas também não saímos com zero pontos e temos de valorizar esse ponto”.
Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão
Portimonense – Rio Ave, 2-2
Ao intervalo: 0-1
Marcadores:
0-1, Patrick William, 19 minutos.
0-2, Costinha, 74.
1-2, Welinton Júnior, 82.
2-2, Welinton Júnior, 90+7.
Equipas:
– Portimonense: Nakamura, Park Ji-soo, Pedrão, Filipe Relvas, Moufi, Maurício (Yago Cariello, 79), Diaby (Paulo Estrela, 79), Carlinhos (Rui Gomes, 68), Seck (Bryan Róchez, 46), Welinton Júnior e Yony González (Klismahn, 68).
(Suplentes: Matheus Nogueira, Lucas Alves, Gonçalo Costa, Klismahn, Bryan Róchez, Paulo Estrela, Sérgio Conceição, Rui Gomes e Yago Cariello).
Treinador: Paulo Sérgio.
– Rio Ave: Jhonatan, Pantalon, Aderllan Santos, Patrick William, Costinha, Samaris (Vítor Gomes, 80), Guga (Amine, 89), Fábio Ronaldo (Sávio, 89), João Graça (Miguel Baeza, 80), Boateng e André Pereira (Leonardo Ruiz, 62).
(Suplentes: Magrão, Vítor Gomes, Leonardo Ruiz, Amine, Miguel Baeza, Sávio, Ukra, Josué Sá e Hernâni).
Treinador: Luís Freire.
Árbitro: Carlos Macedo (AF Braga).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Moufi (35), Pedrão (39), João Graça (58), Paulo Estrela (90+5) e Welinton Júnior (90+8).
Assistência: 1.246 espetadores.