Cerca de 40 menores estrangeiros foram retirados de uma academia de futebol em Riba de Ave, concelho de Famalicão, por se suspeitar serem vítimas de tráfico de seres humanos. Os jovem foram colocados em instituições de acolhimento, foi esta quarta-feira anunciado.
Em declarações à Lusa, fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) explicou que a retirada ocorreu por ordem judicial.
“O caso passou pelo Tribunal de Família e Menores e pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, tendo sido decretada a medida de promoção e proteção de entrega das supostas vítimas à guarda de instituições de acolhimento”, acrescentou a fonte.
Na segunda-feira, o SEF promoveu buscas numa academia de futebol em Riba de Ave, concelho de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga, num contexto em que estará em causa o tráfico de seres humanos.
Segundo a fonte do SEF, estão identificados 114 futebolistas, dos quais cerca de 40 são menores.
São oriundos da América de Sul, África e Ásia e estarão todos em situação irregular no país.
“Os menores têm de ser protegidos por lei, daí a sua retirada da academia. Já os maiores podem decidir o que fazer. Se forem considerados vítimas de tráfico de seres humanos, têm o direito a autorização de residência”, explicou a fonte.
As buscas do SEF estenderam-se ainda à casa do presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Mário Costa.
A Liga já disse estar a acompanhar a situação que envolve o presidente da Assembleia Geral, mas sublinhou que as buscas não estão relacionadas com as suas funções no organismo.
A LPFP lembra o “princípio da presunção de inocência”, ressalvando de “forma intransigente os princípios de ética e transparência da instituição”.