O Sporting superou este sábado nova final rumo ao 20.º título de campeão da I Liga de futebol, ao vencer por 3-0 na receção ao Portimonense, que bem pode agradecer ao guarda-redes Kosuke Nakamura por evitar uma goleada maior.
Paulinho, aos 13 minutos, Trincão, aos 70, e Gyökeres, aos 90+2, resolveram o triunfo dos ‘leões’, que, na liderança com 84 pontos, se sentarão agora no sofá à espera de um deslize do Benfica em Famalicão, no domingo, para poder selar o título já nesta ronda.
A formação ‘verde e branca’ tem agora mais oito pontos do que o rival lisboeta, tendo mais um jogo disputado, e, em caso de triunfo ‘encarnado’, fica dois pontos da festa, enquanto o Portimonense segue em 16.º, de play-off de manutenção, com 28 pontos. Com a derrota dos algarvios, Famalicão, Rio Ave e Casa Pia asseguraram a manutenção.
O jogo serviu de homenagem ao ‘eterno capitão’ Manuel Fernandes, tanto na entrada das equipas, como ao minuto nove, com as bancadas do Estádio José Alvalade a darem força ao ex-avançado ‘leonino’, de 72 anos, que se encontra atualmente hospitalizado.
Depois de salvar um ponto no Dragão, Gyökeres regressou ao ‘onze’ inicial do Sporting, tal como Ricardo Esgaio e Nuno Santos, nos lugares de St. Juste, Geny Catamo e Daniel Bragança, ao passo que o Portimonense jogou com Seck e Hildeberto Pereira de início.
Face a um Portimonense com um bloco defensivo baixo, que, em certas alturas, estava composto por sete elementos, o Sporting até foi conseguindo ‘furar’ a densidade dessa linha recuada, mas o guarda-redes Kosuke Nakamura foi uma ‘muralha’ difícil de bater.
Num ataque rápido conduzido por Trincão, Ricardo Esgaio abriu na direita e entregou a Gyökeres, pronto para encostar no interior da área, mas Kosuke Nakamura foi gigante e travou o desvio, aos quatro, embora nada conseguisse fazer no primeiro golo, aos 13.
Nuno Santos recebeu bem um passe longo e cruzou rasteiro para Paulinho, a atirar de primeira e beneficiando de um ligeiro desvio para abrir o marcador, seguindo-se várias ocasiões ‘leoninas’, de Coates, a cabecear ao lado (17), ou de Gyökeres, por cima (25).
Contudo, as mais flagrantes foram negadas pelo japonês, que, aos 21, negou o tento a Pedro Gonçalves e, aos 45, esticou-se para, com a ponta dos dedos, defender por duas vezes as chances de Paulinho – que já tinha atirado ao poste, aos 36 – e Gonçalo Inácio.
A vantagem só era tangencial graças a Kosuke Nakamura que, no reatamento, voltou a levar a melhor no duelo com Paulinho, que disparou cruzado, aos 60, para uma defesa com a perna esquerda, obrigando Rúben Amorim a mexer e a colocar novas dinâmicas.
Geny Catamo e Daniel Bragança entraram para as posições de Ricardo Esgaio e Pedro Gonçalves, aos 68, e o segundo golo não tardou a surgir, dois minutos volvidos, com o avançado Paulinho novamente decisivo no flanco e a assistir Trincão à entrada da área.
Com o triunfo na mão diante de uma turma algarvia sem argumentos para incomodar sequer Franco Israel, o Sporting soube gerir a vantagem e Gyökeres, hoje algo apagado da partida, ainda marcou, em período de compensação, já sob enorme festa ‘leonina’.
Declarações após o jogo Sporting – Portimonense (3-0)
– Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Podemos bater a quantidade de pontos. Quando chegamos ao fim é normal que haja entusiasmo. O que não é normal é o apoio dos adeptos desde o início do campeonato. Ainda não acabou. Precisamos da ajuda dos adeptos para conquistar mais dois pontos, digamos assim.
Em relação ao jogo, fomos muito sérios. Nunca deixámos o Portimonense chegar à nossa baliza. Houve um momento, na primeira parte, em que dividimos o jogo e não precisávamos. Na segunda parte fizemos o segundo golo e todos no estádio relaxaram um bocadinho.
Até este momento temos sido a melhor equipa porque somos a que tem mais pontos. Podemos ser o melhor ataque, mas ainda não somos a melhor defesa. Falta um pequeno passo e vamos focar-nos nisso.
Sobre o futuro não tenho nada para dizer. Sou muito feliz aqui. O importante é estarmos daqui uma semana no Marquês. Vai ser muito importante para todos e para mim também.
Ser campeão é o objetivo maior. Há só uma equipa que tem mais jogos sem sofrer golos que nós. O facto da meta estar tão perto é preciso arranjar vários objetivos para manter todos no máximo.
Esta é a melhor época de Paulinho em número de golos. Ele é jogador do Sporting, sempre nos deu muito. Trabalha muito e é importante para nós. É sempre um prazer ser treinador dele e por isso fiz questão que ele viesse para cá.
St. Juste está em gestão e como temos vários centrais preferi nem o trazer para o banco. Vamos ver como estará na próxima semana. O Geny Catamo só entrou porque o jogo não estava definido e Ricardo Esgaio já tinha um cartão amarelo.
O recorde de pontos é do mister Jorge Jesus. Ele que teve tanta influência na minha vida como jogador. É sempre um prazer bater um recorde do mister Jorge Jesus”.
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Sabíamos que este jogo seria difícil. O Sporting tem muita qualidade. Quisemos segurar as iniciativas do Sporting e sair com algumas bolas para a frente. Nas jogadas mais bonitas do Sporting conseguimos resolver. Depois sofremos golos de formas caricatas, sobretudo no segundo e terceiro golo que sofremos. A equipa trabalhou muito. Há que olhar para frente e isso é que conta.
O que não nos permitiu atacar foi a forma como o Sporting defende. Conseguimos desequilibrar pelos flancos, na primeira parte, mas não teve consequência porque o Sporting recuperou bem o posicionamento. Noutras situações falhámos a profundidade. Bem sei que atacámos pouco, mas temos de olhar para o que falta do campeonato, acreditando que vamos conseguir resolver a nossa situação na tabela classificativa.
Não me surpreende andar nesta briga nesta altura do campeonato. Queríamos ter conquistado mais pontos. Nos quatro últimos jogos poderíamos ter resolvido. São pontos que nos fazem hoje muita falta. Se não resolvermos as coisas no campeonato, resolveremos no play-off. Vamos brigar pela manutenção até ao último segundo”.
Jogo realizado no Estádio José Alvalade, em Lisboa
Sporting – Portimonense, 3-0
Ao intervalo: 1-0
Marcadores:
1-0, Paulinho, 13 minutos.
2-0, Trincão, 70.
3-0, Gyökeres, 90+2.
Equipas:
– Sporting: Franco Israel, Diomande (Eduardo Quaresma, 80), Coates, Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio (Geny Catamo, 68), Pedro Gonçalves (Daniel Bragança, 68), Hjulmand (Morita, 80), Nuno Santos (Matheus Reis, 89), Trincão, Paulinho e Gyökeres.
(Suplentes: Diogo Pinto, Francisco Silva, Matheus Reis, Morita, Neto, Geny Catamo, Fresneda, Daniel Bragança e Eduardo Quaresma).
Treinador: Rúben Amorim.
– Portimonense: Kosuke Nakamura, Igor Formiga (Guga, 73), Pedrão, Alemão, Seck, Fukui (Gonçalo Costa, 59), Carlinhos (Dener, 88), Lucas Ventura, Luan (Estrela, 73), Hélio Varela e Hildeberto (Midana, 59).
(Suplentes: Vinicius, Mvoué, Dener, Gonçalo Costa, Estrela, Guga, Rodrigo Martins, Alcobia e Midana).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: Iancu Vasilica (AF Vila Real).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Ricardo Esgaio (61), Igor Formiga (72), Gonçalo Inácio (79), Midana (82), Nuno Santos (82) e Hélio Varela (83).
Assistência: 49.557 espetadores.
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