O Portimonense venceu esta sexta-feira por 5-1 na visita ao Nacional, na abertura da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que marcou o regresso do técnico Manuel Machado ao banco dos insulares.
No Funchal, o Portimonense adiantou-se no marcador aos 33 minutos, com um golo de Beto, e fez o segundo através de Luquinha (45). Na segunda parte, Beto (54) bisou, Fali Candé (62) aumentou a vantagem e Fabrício (90+2) fez o quinto, com Bryan Róchez (68) a marcar o único golo da equipa agora treinada por Manuel Machado, que se estreou com uma pesada derrota.
Com esta vitória, o Portimonense, que vinha de duas derrotas consecutivas, subiu provisoriamente ao 10.º lugar do campeonato, com 26 pontos, enquanto o Nacional, que somou a sétima derrota seguida, está em 18.º e último, com 21.
Portimonense superior goleia tranquilamente o Nacional no Estádio da Madeira
O Portimonense venceu o Nacional por 5-1, em jogo da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio da Madeira, com uma exibição categórica e de grande nível.
O Nacional somou o seu sétimo jogo consecutivo sem vencer, com a pior derrota da temporada (5-1), numa estreia pouco auspiciosa de Manuel Machado ao comando da formação madeirense.
Com dois golos, Beto assumiu-se como a maior figura de uma equipa que valeu globalmente pelo produzido pelo seu conjunto, perante um desnorteado Nacional.
Ao longo da etapa inicial, o Portimonense esteve melhor no jogo, mais assertivo e com melhor qualidade de jogo, com o Nacional mais na expectativa e a procurar explorar a velocidade dos seus homens mais adiantados.
O primeiro momento do jogo foi do Portimonense, à passagem dos 14 minutos, com Beto a rematar, a bola a desviar em Rui Correia e a obrigar Riccardo Piscitelli a desviar pela linha final.
O Nacional respondeu aos 24 minutos, primeiro num remate rasteiro de Brayan Riascos e depois, dois minutos volvidos, num livre cobrado por João Vigário que desviou na barreira e saiu ao lado.
Contudo, era o Portimonense a estar melhor no jogo e aos 33 minutos adiantou-se no marcador, por Beto, após um centro bem medido de Fahd Moufi.
O Nacional, intranquilo pela situação que vive, sentiu o toque e perdeu o sentido do jogo, com o Portimonense a voltar a marcar, nos instantes finais da primeira parte, num rápido contra-ataque, finalizado com um remate colocado de Luquinha.
Ao intervalo, Manuel Machado efetuou três substituições, com as entradas de Vincent Koziello, Rúben Micael e Kenji Gorré e as saídas de Larry Azouni, João Camacho e Éber Bessa. E o Nacional melhorou por breves instantes, pelo menos ao nível da pressão ao portador da bola, mas foi o Portimonense, aos 49 minutos, a poder ampliar o marcador, após uma perda de Nuno Borges, com Anderson Oliveira a centrar e Aylton Boa Morte a não chegar a tempo da emenda.
João Vigário ainda assustou na cobrança de um livre, aos 50 minutos. Contudo o terceiro golo não tardou e com ele uma sentença definitiva no jogo, quando aos 54 minutos, Fahd Moufi voltou a assistir Beto, que marcou o seu oitavo golo na I Liga.
O Portimonense, mais confiante e seguro, ainda chegou ao quarto golo, na marcação de um livre por Fali Candé acabado de entrar e ainda houve tempo para Bryan Róchez colorir o marcador para o Nacional e Fabrício deixar a sua marca no jogo, já em período de compensações.
Declarações
Declarações dos treinadores do Nacional e Portimonense, no final do encontro da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio da Madeira, no Funchal, que terminou com a vitória dos algarvios por 5-1.
– Manuel Machado (treinador do Nacional): “Quando aqui cheguei em 2012 para substituir o Caixinha o primeiro jogo que fiz aqui em casa com o Beira-Mar teve um desfecho muito igual a este, 2-4. Não desespero fácil, como devem compreender. Há de facto um problema aqui para ser resolvido, caso contrário não se tinha dado esta alteração no comando técnico.
Temos consciência disso, mas já passei por uma situação muito igual e o problema resolveu-se e este vai-se resolver também.
Tentámos não alterar muito os processos que vinham detrás, o que eu já havia dito, pois quando há dez jornadas para fazer e oito meses de trabalho para trás, o que há é fazer ajustamentos e criar estrategicamente o que nos parecer adequado para cada um dos jogos.
Mantivemos daquilo que era básico, a estrutura e a forma de jogar da equipa, tentando baixar um pouco o bloco, face às características dos avançados do Portimonense, para depois sair no contra, mas é evidente que isso pressupõe mantermos o resultado a zero, de forma que o adversário se exponha e possamos aproveitar a profundidade nas costas da defesa contrária. Mas não aconteceu assim.
Sofremos um golo, que nos obrigou logo a abrir um pouco mais as linhas e sofremos um segundo, num erro de um passe interior e a partir daí o jogo estava praticamente definido, era uma questão de resultado.
Tentámos jogadores mais técnicos na segunda parte, mas sofremos mais um golo e está tudo dito. A partir daí podem ser três, quatro ou cinco golos. O jogo fica completamente partido e foi isso que aconteceu. A estratégia não funcionou, pela permeabilidade que tivemos, mesmo com um bloco baixo.
Se os índices de confiança e de motivação da equipa já não eram bons, com as seis derrotas que traziam, esta sétima acentua negativamente essa confiança. Para além do trabalho que temos de fazer, ao nível da análise e eventualmente de alterações profundas na forma de jogar, pois alguma coisa tem de ser feita. Fazer da mesma maneira à procura de um resultado diferente é insanidade. Vamos ter de, num curto espaço de tempo, tentar alterar o modelo, no sentido de alterar os resultados finais dos jogos que temos pela frente, não há outro caminho.
Quebrar este ciclo negativo é um desafio enorme, mas estou confiante que o vamos fazer. É um momento muito complicado para todos no Nacional. Mas é com trabalho, confiança e forte, que vamos resolver esta questão, pois se baixarmos os braços, tudo tende a agudizar-se negativamente.
Estive atento ao comportamento dos jogadores e tomei notas e vamos tentar resolver, não só no plano técnico, como no anímico, pois uma equipa sem coesão, com fraturas pela comunhão de um objetivo fica mais difícil, embora o momento leve também a esse tipo de coisa. Mas este é um dos muitos fatores que teremos de abordar”.
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “É difícil dizer que foi o melhor jogo da época, comparando tantos jogos até agora, mas talvez. Já fizemos bons jogos e não somamos pontos. Já fizemos bons jogos e apenas empatámos, mas foi um belíssimo jogo da minha equipa. Acho que o termos marcado cedo, ajudou que alguns jogadores se soltassem e colocassem em prática aquilo que acreditamos serem as suas qualidades.
Foi um resultado muito bom para nós, mas são apenas três pontos. Quem me conhece sabe que não é por termos feito este resultado fantástico que algo vai alterar. Temos agora cinco pontos para o Nacional, que não é nada para aquilo que falta de campeonato. Portanto, pézinhos no chão e foco no trabalho.
Temos de mostrar respeito pelo nosso adversário, que hoje teve um resultado pesado, mas que nós reconhecemos qualidade, quer aos técnicos, quer aos jogadores que representam o Nacional. Muito respeito por eles. Não vamos agora encher o peito, porque quem faz isso, normalmente depois dá-se mal. Temos de seguir trabalhando.
Não foi de forma alguma um passo decisivo para assegurar a manutenção. Foram três pontos muito importantes, como é óbvio e não vamos escamotear isso, mas falta-nos somar muitos mais para podermos estar tranquilos.
O Luquinha consegue dar coisas diferentes a esta equipa. Sem dúvida. Conhecemos bem o menino que está ali. Tirámo-lo dos sub-23 há pouco tempo. Acredito que é um miúdo com um futuro brilhante. Tem coisas do Deco e tem coisas do Octávio passe a comparação. Lembro-me que quando o Deco chegou a Alverca tinha este tipo de características. Tem muito trabalho pela frente, mas tem um talento acima da média. Há jogos que são melhores para eles do que outros, mas ele não tem de jogar os jogos todos. Tem de jogar os jogos que eu acho que são bons para ele. Mas tem um futuro brilhante, com coisas boas”.
Ficha técnica
Jogo no Estádio da Madeira, no Funchal
Nacional – Portimonense, 1-5
Ao intervalo: 0-2
Marcadores:
0-1, Beto, 33 minutos.
0-2, Luquinha, 45.
0-3, Beto, 54.
0-4, Fali Candé, 62.
1-4, Bryan Róchez, 68.
1-5, Fabrício, 90+2.
Equipas:
– Nacional: Riccardo Piscitelli, Kalindi, Rui Correia, Pedrão, João Vigário, Nuno Borges, Larry Azouni (Rúben Micael, 46), Éber Bessa (Vincent Koziello, 46 e Danilovic, 82), João Camacho (Kenji Gorré, 46), Marco Matias (Bryan Róchez, 67) e Brayan Riascos.
(Suplentes: Seydou Sy, Lucas Kal, Danilovic, Rúben Micael, Vincent Koziello, Pedro Mendes, Rúben Freitas, Kenji Gorré e Bryan Róchez).
Treinador: Manuel Machado.
– Portimonense: Samuel Portugal, Fahd Moufi (Casagrande, 87), Lucas Possignolo, Maurício António, Koki Anzai (Poha, 87), Dener, Luquinha (Lee Seung-Woo, 87), Willyan, Aylton Boa Morte, Anderson Oliveira (Fali Candé, 62) e Beto (Fabrício, 77).
(Suplentes: Ricardo Ferreira, Fabrício, Ricardo Vaz Tê, Bruno Moreira, Casagrande, Fali Candé, Reko, Poha, Lee Seung-Woo).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Anderson Oliveira (15), Marco Matias (45+1), Brayan Riascos (45+4) e Danilovic (88).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.