O Vizela venceu hoje em casa do Portimonense, por 1-0, em jogo da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, em que jogou com mais um jogador desde os 20 minutos.
O capitão dos algarvios Pedro Sá foi expulso aos 20 minutos, num lance com auxílio do videoárbitro, com Raphael Guzzo a dar o triunfo aos minhotos, aos 90+4 minutos.
O Vizela subiu provisoriamente ao nono lugar, com 32 pontos, enquanto o Portimonense, que somou a quarta derrota seguida, é 14.º, com 26.
Guzzo decidiu nos descontos e Vizela venceu Portimonense reduzido a dez
Um golo do médio Raphael Guzzo, no quarto minuto de descontos, valeu hoje o triunfo ao Vizela na deslocação ao terreno do Portimonense, reduzido a dez a partir dos 20 minutos do jogo da I Liga portuguesa de futebol.
No encontro da 25.ª ronda, Pedro Sá foi expulso após recurso ao videoárbitro (VAR), mas os algarvios foram aguentando o ‘nulo’ perante um conjunto vizelense muito apagado e que se mostrou eficaz ao marcar na sua única ocasião ao longo do segundo tempo, aos 90+4.
Com a segunda vitória seguida fora, o Vizela ‘saltou’, provisoriamente, para o nono lugar, com 32 pontos, enquanto o Portimonense, que registou a quarta derrota consecutiva na Liga, ocupa o 14.º lugar, com 26 pontos.
Os dois treinadores operaram ambos duas mudanças em relação aos desaires da ronda anterior: Paulo Sérgio chamou Seck e Pedro Sá para os lugares de Lucas Alves e Diaby, enquanto Tulipa escolheu Igor Julião e Matías Lacava em detrimento de Tomás Silva e Nuno Moreira.
Os algarvios, de volta ao ‘3-5-2’ com Pedrão e Relvas como centrais, depois de terem sido utilizados a laterais nos encontros mais recentes, foram os primeiros a ameaçar, aos três minutos, num remate do lateral Seck, que obrigou a defesa apertada de Buntic, com as recargas de Lucas Ventura e Moufi a serem bloqueadas pelos defesas.
Seck, muito ativo pela esquerda nos minutos iniciais, atirou ao lado, aos nove, e Buntic teve de aplicar-se novamente, num ‘tiro’ de Lucas Ventura, aos 11, comprovando o ascendente do Portimonense na fase inaugural da partida.
O Vizela, em ‘4-2-3-1’, demorou a ‘entrar’ em jogo, até que teve uma ‘boa notícia’, quando o adversário ficou reduzido a dez unidades, aos 20 minutos: Pedro Sá entrou duro sobre Kiki Afonso – que teve de ser substituído pouco depois –, o árbitro mostrou amarelo e foi alertado pelo VAR, acabando por corrigir a decisão para cartão vermelho depois de observar as imagens.
Os forasteiros assumiram o controlo e, até ao intervalo, o dianteiro montenegrino Osmajic dispôs de duas oportunidades, primeiro com uma defesa de Nakamura ‘a dois tempos’ (25) e depois num desvio ao lado após cruzamento da esquerda de Matheus Pereira (34).
No segundo tempo, o Portimonense mostrou-se mais agressivo a meio-campo, conseguindo atenuar a superioridade numérica vizelense durante largos minutos.
Com os algarvios ‘por cima’, Welinton Júnior falhou uma boa ocasião (54) e, em lances de bola parada, Filipe Relvas cabeceou ao lado com perigo duas vezes (55 e 61).
O Portimonense foi recuando progressivamente, mas não passou grandes sustos perante um Vizela muito passivo, com bastante lentidão a trocar a bola e ao qual faltou criatividade para desbloquear a defesa local.
Só que, aos 90+4, Matheus Pereira cruzou largo da esquerda e, ao segundo poste, Raphael Guzzo, no duelo com Seck, desviou para o golo solitário que garantiu a vitória.
Já alguns minutos após o apito final, o treinador do Portimonense, Paulo Sérgio, deslocou-se perto da bancada e travou diálogo mais ‘aceso’ com alguns adeptos, que protestavam contra mais um desaire da sua equipa.
Declarações dos treinadores após o jogo
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Os números explicam bem o que foi o jogo, daí esta angústia, esta frustração.
Tanto tempo, desde os 19 minutos reduzidos a dez, [e] acabámos o jogo com um número considerável, a mais, de remates do que o adversário.
Entrámos muito fortes, criámos muitas complicações ao Vizela até ao momento da expulsão, o que valoriza o que a equipa fez. Porque o Vizela é uma excelente equipa de futebol e tem-lo provado ao longo do campeonato. Nós não lhe demos qualquer hipótese, entrámos fortíssimos.
E depois jogámos tanto tempo reduzidos a dez, num lance [da expulsão] precedido de uma falta sobre o Yony [González], na minha opinião, que podia ter evitado aquele lance do [Pedro] Sá. Para depois, aos 95 minutos, ir perder o jogo com um lance infeliz do Seck, de autogolo [Liga atribuiu golo a Raphael Guzzo].
É muito ingrato para aquilo que o grupo trabalhou, para aquilo que o grupo fez. Mas o espírito está ali, a capacidade está lá. Penso que, apesar do resultado, demos uma imagem muito forte daquilo que podemos ainda vir a fazer neste campeonato.
Houve um adepto que, particularmente, gritava mais do que os outros e me ofendia. Tem todo o direito de gritar para me mandar embora. Agora para me ofender, nos olhos, tem de ter um pouco de cuidado, porque a gente amanhã cruza-se aí e depois pode dar mau resultado.”
– Tulipa (treinador do Vizela): “Não foi, nem de perto nem de longe, o melhor jogo que a equipa fez. Entrámos no jogo com algumas dificuldades. Acho que o campo e a relva um pouco seca não proporcionaram que o nosso jogo fosse mais fluido. Algum mérito também do adversário, que se organiza bem e tem jogadores muito fortes a nível tático, muito resistentes e muito pressionantes.
Depois, o jogo ditou a expulsão. Não abdicámos de jogar, e tínhamos de ser pacientes para tentar desmontar o adversário, que não foi fácil. Durante o jogo, muito poucas vezes conseguimos desmontar o adversário. Nós não somos uma equipa de cruzamentos e, possivelmente, deve ter sido o jogo em que mais cruzamentos fizemos.
Mas fomos inteligentes, porque estes jogos são difíceis de jogar. O adversário, em função da sua expulsão, readaptou-se muito bem, com uma linha a cinco a fechar a largura, dois médios e dois avançados perigosos nos momentos de transição. Mantivemos os nossos equilíbrios e acabámos por ser felizes, num lance de cruzamento, que não é muito hábito.
Felicidade pelo resultado, pelo trabalho e competência dos jogadores, pela forma como crescem de jogo para jogo e após uma semana que não foi fácil, porque o último resultado em casa [derrota por 3-0 com o Sporting de Braga] não espelha o que fizemos. É isso que um treinador quer, que a sua equipa saiba reagir, não perca o foco e consiga, o mais rápido possível, chegar aos seus objetivos.
Na minha opinião, acho que 31 pontos vai dar para garantir o objetivo de permanência [Vizela tem 32]. Mas também não ligo muito a isso. Quero é que no próximo jogo, contra o Casa Pia, consigamos preparar a equipa para rapidamente também chegar a uma vitória em casa, que já nos faz falta.”
Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão
Portimonense – Vizela, 0-1
Ao intervalo: 0-0
Marcador:
0-1, Raphael Guzzo, 90+4 minutos.
Equipas:
– Portimonense: Nakamura, Park Ji-soo, Pedrão, Filipe Relvas, Moufi, Pedro Sá, Lucas Ventura (Diaby, 76), Maurício (Yago Cariello, 90+1), Seck, Yony González (Rui Gomes, 78) e Welinton Júnior (Paulo Estrela, 90+1).
(Suplentes: Matheus Nogueira, Lucas Alves, Gonçalo Costa, Diaby, Bryan Róchez, Paulo Estrela, Sérgio Conceição, Rui Gomes e Yago Cariello).
Treinador: Paulo Sérgio.
– Vizela: Buntic, Igor Julião, Anderson Jesus, Ivanildo Fernandes (Aidara, 80), Kiki Afonso (Matheus Pereira, 25), Claudemir, Raphael Guzzo, Matías Lacava (Alex Méndez, 56), Samu (Friday Etim, 80), Kiko Bondoso e Osmajic (Pedro Ortiz, 80).
(Suplentes: Luiz Felipe, Matheus Pereira, Alex Méndez, Zohi, Osama Rashid, Aidara, Pedro Ortiz, Tomás Silva e Friday Etim).
Treinador: Tulipa.
Árbitro: Hélder Carvalho (AF Santarém).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Welinton Júnior (23), Samu (56), Igor Julião (60) e Moufi (90+7). Cartão vermelho direto para Pedro Sá (20).
Assistência: 1.284 espetadores.