O britânico Lewis Hamilton garantiu hoje, definitivamente, um lugar entre os imortais da Fórmula 1 com a conquista do 92.º triunfo da sua carreira, um recorde na história da modalidade.
Hamilton superou a lenda do alemão Michael Schumacher, que já tinha igualado há duas semanas, deixado Portugal no livro de registos da história da modalidade.
O piloto de Stevenage, cidade inglesa onde nasceu a 07 de janeiro de 1985, 29 dias antes de Cristiano Ronaldo, teve como grande inspiração o desejo de nunca mais voltar ao lugar da infância.
Nono campeão mundial de Fórmula 1 do ‘reino de sua majestade’ – o 10.º foi Jenson Button, em 2009 -, Hamilton começou cedo a interessar-se pelos automóveis e, como muitos pilotos, iniciou-se nos karts, com apenas oito anos, em 1993.
Em 1995, apenas dois anos depois, já era campeão britânico e, por essa altura, cruzou-se com Ron Dennis, o patrão da McLaren, ao qual disse, aproveitando um pedido de autógrafo, que, “um dia”, queria conduzir os seus carros.
Ao lado do ‘rabisco’, Ron Dennis escreveu: “Telefona-me dentro de nove anos. Veremos algo então”. Não seria preciso esperar tanto.
O talento de Hamilton continuou a revelar-se a toda a velocidade, tanto que, com 12 anos, uma casa de apostas ‘oferecia’ já ‘odds’ de 40/1 para a sua primeira vitória na Fórmula 1 antes dos 23 e de 150/1 para o seu primeiro título até aos 25.
A conversa telefónica com Ron Dennis aconteceu em 1998, seis anos antes do ‘previsto’, e foi o ‘patrão’ da McLaren a ligar ao jovem piloto, que somava vitórias atrás de vitórias, para o contratar para o programa juvenil da McLaren-Mercedes.
Hamilton chegou em 2002 à Fórmula Renault, campeonato que ganhou em 2003, para rumar, em 2004, à Fórmula 3 Euroseries. Também ganhou no segundo ano. Seguiu-se a GP2 Series e, desta vez, o triunfo aconteceu logo na estreia, em 2006.
O que há muito parecia inevitável, o seu ingresso na Fórmula 1, aconteceu em 2007, para fazer equipa na McLaren com o então bicampeão em título, o espanhol Fernando Alonso.
O impacto de Hamilton foi imediato e foi por muito pouco que não se sagrou campeão mundial na estreia, culpa de um problema mecânico na última corrida, para a qual partiu na liderança – perdeu por um ponto, para o finlandês Kimi Räikkönen.
Ainda assim, continua a ser hoje o piloto que mais pontos somou em época de estreia (109) e o que mais vitórias alcançou (quatro), recorde que partilha com o canadiano Jacques Villeneuve, sendo ainda o mais jovem líder do Mundial, com 22 anos e 126 dias.
Aos 35 anos, o estatuto de melhor piloto de sempre está cada vez mais perto.
“Quando eu tinha seis ou sete anos, o meu pai disse-me ‘nunca desistas’ e isso transformou-se numa espécie de lema de família”, disse Hamilton, em 2019.
Hoje, o abraço sentido ao progenitor, logo depois de cortar a meta em Portimão, foi o agradecimento devido.
Aos 35 anos, é já o recordista de pódios (162), de ‘pole positions’ (97) e de vitórias (92), estando a um título de igualar o recorde de Michael Schumacher (7), que pode acontecer dentro de mês e meio.
E, tal como revelou em Portimão, a renovação de contrato com a Mercedes está praticamente fechada.
Lista de maiores vencedores da Fórmula 1:
1. Lewis Hamilton, Ing, 92
2. Michael Schumacher, Ale, 91
3. Sebastian Vettel, Ale, 53
4. Alain Prost, Fra, 51
5. Ayrton Senna, Bra, 41
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