Já pensou como seria treinar futevólei num ambiente de praia até mesmo durante o inverno? Pois bem, o Futebol Clube 11 Esperanças, em Faro, dá-lhe essa oportunidade.
André Rachadinho, atleta e elemento da direção do clube, explicou ao POSTAL que juntamente com “o David Perez e outras pessoas de Faro costumávamos treinar futevólei num espaço privado do David mas, entretanto, ele acabou por fechar o indoor e andámos à procura de um espaço que pudesse abrigar esta modalidade”.
“Desenvolvemos este projeto para chamar mais pessoas para o Faro e
para o Algarve. Queremos equilibrar esta modalidade relativamente a outras zonas do país”, explica.
Por sua vez, David Perez, também atleta e criador do projeto, explicou ao POSTAL que “falou com os elementos da direção do clube para saber se queriam criar este projeto e ajudei-os a desenvolvê-lo. Eu tinha um espaço privado que acabei por fechar e considero que este espaço tem muito mais condições”.
Os treinos realizam-se de segunda a sexta-feira, das 18 às 20 horas
O clube conta atualmente com 9 duplas de atletas e os treinos realizam-se de segunda a sexta-feira, das 18 às 20 horas, com o treinador Djalmir.
“O feedback tem sido muito positivo. No verão temos muita gente, mas no inverno diminui um pouco por causa do frio”, contou Djalmir Vieira.
“O futevólei é um desporto muito interessante, que nasceu no Rio de Janeiro e consiste em dar toques na bola com qualquer parte do corpo à exceção das mãos, com o objetivo de marcar pontos”, explicou ao POSTAL.
Ricardo Lima, tesoureiro do clube, disse ao POSTAL que “antes do futevólei, já tínhamos o futebol de 11 e recebemos muito bem esta notícia porque era algo diferenciado e que não havia nada igual no Algarve e no país”.
“Ter uma arena destas não existe e a ideia pareceu-nos bem a todos e achámos que era uma modalidade que tinha futuro”, afirma.
No espaço de treino existem cerca de 350 toneladas de areia
O tesoureiro refere ainda que “o estudo orçamental que foi feito pareceu-nos muito bem e a aposta foi ganha no primeiro ano porque fomos vice-campeões nacionais com a dupla David Perez/Djelmir. Começámos com 3-4 duplas no ano passado e já temos 9. Há uma grande evolução”.
O responsável salienta ainda que o clube está “em conversações com a Universidade do Algarve para fazer um dia aberto de experimentação desta modalidade”.
Fernando Catarina, vice-presidente do clube, afirmou ao POSTAL que “o clube foi fundado a 11 de dezembro de 1975. Foi criado por um grupo de amigos no Bairro da Barulha. O símbolo do clube é um depósito da água, um dos símbolos da cidade”.
“Anteriormente, este espaço era um polidesportivo que servia para jogar futebol de salão, tendo havido igualmente hóquei em patins. Com o passar do tempo estas modalidades acabaram aqui e passou a haver o futsal”, afirma.
Fernando Catarina explica ainda que “durante algum tempo, o espaço esteve aberto para aulas de educação física e também para os miúdos do bairro virem cá jogar de forma gratuita”.
O responsável conta também que “todos os anos era organizada em Faro a ‘peitada‘, uma variante do futevólei, criada na Praia de Faro, com três jogadores, que era, no fundo, uma forma de simplificar o jogo para que todos pudessem jogar e nós começámos a fazer torneios aqui sem a areia e na praia também”.
“A nossa história com o futevólei começa aí, pois em Faro criou-se um jogo que todos podiam jogar. Depois o David Perez e o André Rachadinho falaram connosco porque sabiam que nós estávamos identificados com a modalidade e é a partir daí que vem a ideia “louca” de encher isto de areia”, afirma.
Fernando Catarina relembra que “foi um mês inteiro de obras, com muros
abaixo, meter aqui 350 toneladas de areia e colocar os diretores a carregá-la e a ficarem com bolhas nas mãos. Deu muito trabalho, mas é uma obra que nos orgulha imenso”.
“A modalidade principal do clube é o futebol de 11, que treina em instalações camarárias. O futevólei ainda não tem um ano no clube, mas é uma modalidade importante e pioneira no Algarve”, defende.
Os elementos do clube deixam o convite: “as pessoas são todas bem vindas, de qualquer idade. Não tenham medo de aparecer e experimentar”.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)