O almadense chega à terceira prova do campeonato do mundo de motociclismo de velocidade entre os 14.ºs classificados, depois de um 13.º e um 15,º lugares nas duas primeiras corridas, ambas disputadas no traçado de Losail, no Qatar, pouco adequado às características da KTM.
A somar a isso, um problema eletrónico com o painel de instrumentos da RC16 deixou Miguel Oliveira sem qualquer tipo de informações sobre temperaturas de pneus, rotações de motor ou indicação sobre quando mudar de velocidade na prova anterior, no Grande Prémio de Doha, no qual protagonizou um dos arranques mais vistosos de sempre.
A partir do 12.º lugar da grelha, o português chegou à primeira curva na terceira posição. No entanto, a avaria sofrida pouco depois influenciou negativamente o desempenho no resto da corrida, segundo explicou aos jornalistas, no final.
É neste contexto que Miguel Oliveira chega a um circuito que bem conhece e de que gosta, como mostrou em 22 de novembro de 2020, quando partiu da ‘pole position’ e conquistou a vitória, a sua segunda em MotoGP, após liderar todas as voltas e conseguindo a volta mais rápida em corrida, em 1.39,855 minutos.
A diferença é que, agora, menos de cinco meses depois, Portugal recebe a terceira das 19 corridas confirmadas no calendário do Mundial, enquanto que em 2020 era a 14.ª e última ronda da temporada.
Uma vitória ou, pelo menos, um bom desempenho, com ida ao pódio, pode ser a injeção de confiança necessária para o almadense entrar na discussão pelo título mundial da categoria rainha, a ambição declarada para esta temporada, a primeira na equipa oficial da KTM, depois de dois anos na satélite Tech3.
Para isso, no entanto, Miguel Oliveira terá de lidar com as dificuldades de acerto da sua KTM com as borrachas utilizadas este ano que, já se sabe, são diferentes das do ano passado e menos adequadas às características da mota austríaca.
Mesmo sem público, devido às restrições impostas pelo Governo português no combate à pandemia do novo coronavírus, correr em casa significa motivação acrescida para o piloto luso, que soma quatro pontos no campeonato, liderado pelo francês Johann Zarco (Ducati), com 40.
Esta será a 16.ª edição do Grande Prémio de Portugal, que já passou pelos circuitos de Jarama, em Espanha, e do Estoril, antes de se fixar em Portimão em 2020.