Patrícia Silva, medalhada de bronze nos Mundiais de Nanjing, é a mais nova estrela do atletismo português, sobressaindo numa delegação lusa que conseguiu na China resultados de grande qualidade, dos melhores de sempre na pista curta.
A atleta tinha pouco mais de um ano de vida quando o pai, Rui Silva, se sagrou campeão do mundo dos 1.500 metros ‘indoor’, em Lisboa. Uma corrida que ela viu e reviu, em gravações, com o desejo crescente de emular o feito, o que acaba de fazer, com grande classe.
Treinada pela mãe, Susana Silva, antiga atleta internacional, Patrícia evoluiu imenso nas duas últimas épocas, tanto em 800 como 1.500 metros, em que já é, na pista curta, recordista nacional e segunda melhor lusa de sempre, respetivamente.
Com recordes pessoais amplamente melhorados, este inverno apostou nos 1.500 metros nos Europeus, há duas semanas em Apeldoorn, com resultados aquém do que esperava, ao ser sétima.
Em Nanjing, chegou com mínimos feitos nas duas distâncias, remetendo a escolha final para as vésperas dos Mundiais – acabou por ‘vingar’, desta vez, e muito acertadamente, a opção mais curta.
Venceu sem sobressalto nas séries, nas semifinais teve a ajuda da queda de duas adversárias e chegou à final com tudo em aberto.
Na final, o ‘sonho’ parecia perdido, distanciada que foi por uma corrida bastante rápida. No entanto, fez a última volta em crescendo e lançou-se para a frente no sprint final, chamando a si o bronze, com o recorde nacional melhorado em um segundo, para 1.59,80.
Patrícia fecha a época ‘indoor’ como nona melhor mundial, segunda europeia, reforçando um estatuto de corredora de excelência, que já a levou a ser contratada para distâncias mais longas como ‘lebre’.
Nos 1.500 metros de Nanjing, fica uma sensação ‘agridoce’ pelas classificações de Isaac Nader e Salomé Afonso, respetivamente quarto e oitava, a repetirem as classificações de Glasgow2024.
Nader pagou caro a iniciativa de tentar seguir a passada do norueguês Jakob Ingebrigtsen e Salomé Afonso, vice-campeã da Europa, não respondeu à aceleração das etíopes, na final.
Com muito mais concorrência do que nos Países Baixos, onde foram terceiro e vice-campeã, Isaac Nader e Salomé Afonso continuam na elite europeia – em classificação ‘virtual’, ele foi o terceiro europeu e ela a segunda.
Oitavo na final direta do salto em comprimento, Gerson Baldé, também o terceiro europeu, foi o único português nos saltos e não desiludiu. Com Pedro Pablo Pichardo, Patrícia Mamona, Tiago Luís Pereira e Agate Sousa ausentes, era irreal pedir mais.
Jessica Inchude foi sexta no peso, o que lhe dá o terceiro lugar em contabilidade estritamente europeia. Um pouco abaixo do seu nível habitual, desta vez, Auriol Dongmo foi oitava.
O único dos atletas portugueses que não chegou à final foi Abdel Larrinaga, nos 60 metros barreiras. Passou uma ronda e depois ficou-se pelas semifinais, sendo o 19.º, em ordenação por marcas (nono europeu).
Portugal fecha assim a sua participação nos Mundiais de Nanjing com uma medalha, sendo 27.º entre os países medalhados, mas em 16.º lugar, com 17 pontos, graças a seis finalistas, na classificação por pontos.
Os resultados estão em linha com o que aconteceu há um ano em Glasgow, então com uma medalha de bronze e cinco finalistas, e 17 pontos também.
Na Escócia, competiram 15 lusos e na China somente sete, o que dá bem indicação da excelência dos resultados deste fim de semana.
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