Um golo de Pedrão deu hoje a vitória ao Portimonense na receção ao Famalicão, por 1-0, em jogo da quinta jornada da I Liga portuguesa de futebol, permitindo aos algarvios igualarem o FC Porto.
Com o quarto triunfo seguido no campeonato, selado com o tento do defesa brasileiro, aos 64 minutos, o Portimonense segurou o quarto lugar, com os mesmos 12 pontos do campeão nacional, terceiro, a três do líder Benfica e a um do Sporting de Braga, segundo classificado.
O Famalicão perdeu pela terceira vez na competição, depois de dois jogos sem perder – empate 0-0 na visita ao Gil Vicente e triunfo em casa diante do Santa Clara, por 1-0 –, e ocupa o 14.º posto, com quatro pontos, tantos quantos conta Rio Ave, com menos um jogo, e Santa Clara.
‘Cabeçada’ de Pedrão derrota Famalicão e leva Portimonense à quarta vitória seguida
Um golo de cabeça de Pedrão, aos 64 minutos, permitiu ao Portimonense somar hoje o quarto triunfo consecutivo na I Liga de futebol, na receção ao Famalicão (1-0), mantendo-se ‘colado’ ao FC Porto na classificação.
O cabeceamento certeiro do defesa central brasileiro, o seu primeiro na segunda temporada ao serviço dos algarvios, decidiu o encontro da quinta ronda do campeonato, que primou pelo equilíbrio, com várias ocasiões para os dois lados.
A equipa algarvia, a uma vitória de igualar o recorde de cinco consecutivas na I Liga, datado de 1981/82 (com Artur Jorge no banco), continua a partilhar o terceiro lugar com o FC Porto, ambos com 12 pontos, enquanto o Famalicão segue no 14.º lugar, com quatro.
Se Paulo Sérgio fez quatro alterações em relação ao ‘onze’ do Portimonense que venceu o Marítimo (1-0) – duas delas por obrigação, face às saídas de Samuel Portugal e Willyan Rocha para FC Porto e CSKA Moscovo -, o técnico Rui Pedro Silva, a orientar a equipa da bancada devido a castigo, não mexeu depois da vitória caseira sobre o Santa Clara (1-0).
Uma das novidades nos algarvios, o guarda-redes japonês Nakamura, que recebeu uma pesada ‘herança’ do ex-colega transferido para os campeões nacionais, foi o primeiro a evidenciar-se, com uma boa estirada num remate de fora da área de Rúben Lima, aos oito minutos.
Pouco depois, Bryan Rochéz, também em estreia nas escolhas iniciais, cabeceou por cima (12) e o médio Colombatto respondeu com um remate às malhas laterais, na marcação de um livre direto (15).
Após esta fase mais ‘mexida’, o Famalicão apostava no jogo ‘curto’, com a saída de bola a partir do guarda-redes a ‘morrer’ a meio-campo, enquanto o Portimonense, com a construção de jogo entre Nakamura e os centrais ainda a precisar de treino, tentava mais lançamentos em profundidade, também sem sucesso.
A lesão do médio Pedro Sá nos algarvios, depois da meia hora, fez Paulo Sérgio colocar um extremo, Rui Gomes, e mudar o sistema para ‘4-4-2’, o que criou algum ascendente a favor dos locais, que, porém, definiram mal várias transições antes do intervalo, enquanto nos forasteiros foi Ivo Rodrigues a criar perigo com um remate de fora da área (38).
No arranque do segundo tempo, Pedro Brazão construiu com mestria, em trabalho individual entre os defesas dos algarvios, um lance de golo flagrante que Junior Kadile desperdiçou, atirando muito por cima (47).
Aos 63, Rochéz ‘apanhou’ a defesa do Famalicão a ‘dormir’, após lançamento lateral de Moufi, e acertou no poste da baliza minhota, e, no minuto seguinte, chegou o golo do Portimonense, construído de cabeça pelos dois centrais após canto, com assistência de Relvas para Pedrão.
Na melhor fase do conjunto de Portimão na partida, Welinton Júnior teve o 2-0 no pé esquerdo, após cruzamento de Rui Gomes, num remate à meia volta que saiu ligeiramente ao lado (66).
O jogo acalmou, o Portimonense ‘fechou-se’ bem perante a pressão do Famalicão e até voltou a estar perto do segundo golo, novamente por Welinton Júnior, que, na marcação de um livre direto, atirou ao poste esquerdo da baliza de Luiz Júnior (87).
Declarações
– Paulo Sérgio (Treinador do Portimonense): “A vitória deu muito trabalho. Foi um jogo muito equilibrado. Temos duas bolas nos ferros e mais uma ou outra ocasião, que nos podiam serenar depois do 1-0. Foi um jogo sempre em aberto, muito difícil, porque o Famalicão tem jogadores com muita qualidade e veio disposto a jogar. Sabemos bem quão difícil a vitória foi.
O nosso rigor sem bola foi fundamental, tal como a nossa coragem de tentar impedir o Famalicão construir, pressionando muito alto – quem pressiona muito alto corre o dobro, não tenho dúvidas. Isto sai do corpo, mas a semana é preparada para que assim seja.
É uma vitória da coragem, do trabalho, da humildade e da qualidade. Os miúdos têm qualidade, mas precisam de tempo para fazer as coisas de uma forma mais segura. Isto numa semana em que perdemos dois jogadores importantes [Samuel Portugal e Willyan], o Rochéz faz o primeiro jogo [a titular] passado meses, devido a lesão, tal como o Klismahn, além dos miúdos que temos tirado dos sub-23.
É um processo de constante renovação. Isto não é ‘estalar o dedo’, há que dar tempo e perceber a nossa realidade. Felizmente, estamos a fazê-lo com muito trabalho e muita coragem, porque jogamos com os olhos na baliza contrária. Tenho de felicitar os jogadores pela entrega, entreajuda e querer ganhar, e é por isso que a vitória lhes assenta tão bem.
[Quatro vitórias seguidas] Não vale a pena falar disso. É um facto, mas falar disso é começar a levantar voo e eu não quero. Quero os pés bem assentes no chão. Não vamos entrar nesse tipo de euforias. Quatro vitórias é excelente, não podia ser melhor, mas é precisa muita serenidade, porque sei bem quanto nos custaram essas vitórias e, se começarmos a falar dessa forma, pode perder-se o foco do que é essencial.
O essencial é a nossa coragem e determinação, que me orgulha. Uma equipa superjovem, com um recrutamento nos sub-23 e divisões secundárias, que contrasta com o ‘scout’ dos nossos oponentes, que pagam e compram jogadores já formados. As nossas vitórias dão muito trabalho e no dia em que o grupo perder essa humildade, as coisas podem ficar mais difíceis”.
– Rui Pedro Silva (Treinador do Famalicão): “Uma primeira parte em que entrámos fortes no jogo, a conseguir controlar muitas das situações que o Portimonense nos podia criar. Faltou-nos, na primeira parte, tomar melhores decisões no último terço.
Na segunda parte, conseguimos entrar ainda melhor do que na primeira e temos logo uma oportunidade clara para fazer o golo. Este foi um jogo muito equilibrado e ficou claro que a equipa que marcasse primeiro iria ganhar o jogo. Foi o caso do Portimonense, que aproveitou a oportunidade que teve para concretizar. A nós, falta-nos ter mais serenidade e tranquilidade no momento da decisão.
O Portimonense teve mérito, depois de ter adquirido a vantagem, na forma como controlou o jogo e nos retirou espaços e oportunidades de golo. Era o momento de jogo em que estávamos mais cansados e esse discernimento acaba por faltar.
A decisão do jogo não esteve nessa parte, esteve antes e acho que, por por demérito nosso, não saímos daqui do Algarve com pontos.
Claro que preocupa não estarmos a concretizar as oportunidades que criamos. Espero que seja como o ‘ketchup’ e possa sair já na próxima jornada. Preocupava-me ainda mais se não tivéssemos 13 ou 14 remates, ou seja, se não estivéssemos a criar oportunidades. Tenho de trabalhar e, juntamente com os atletas, perceber o que nos está a faltar no último terço para concretizar estas chegadas à área contrária”.
Jogo realizado no Estádio Municipal de Portimão
Portimonense – Famalicão, 1-0
Ao intervalo: 0-0
Marcadores:
1-0, Pedrão, 64 minutos.
Equipas:
– Portimonense: Nakamura, Moufi, Pedrão, Filipe Relvas, Seck, Henrique Jocú, Pedro Sá (Rui Gomes, 33), Luquinha (Zié Ouattara, 80), Klismahn (Paulo Estrela, 55), Welinton Júnior e Bryan Rochéz (Ewerton, 80).
(Suplentes: Berke Özer, Zié Ouattara, Ewerton, Ricardo Matos, Gonçalo Costa, Kim, Paulo Estrela, Rui Gomes e Vinicius).
Treinador: Paulo Sérgio.
– Famalicão: Luiz Júnior, De la Fuente, Enea Mihaj, Riccieli, Rúben Lima (Théo Fonseca, 83), Youssouf Zaydou (André Simões, 83), Colombatto, Ivo Rodrigues, Junior Kadile (Francisco Moura, 65), Pedro Brazão (Rui Fonte, 72) e Alejandro Millán (Jhonder Cádiz, 72).
(Suplentes: Dalberson, Alexandre Penetra, Francisco Moura, André Simões, Pelé, Gustavo Sá, Rui Fonte, Jhonder Cádiz e Théo Fonseca).
Treinador: Rui Pedro Silva (castigado).
Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Pedrão (14), Welinton Júnior (31), Filipe Relvas (38), Youssouf Zaydou (48), Seck (49), Colombatto (50) e Rui Gomes (61).
Assistência: 1.840 espetadores.