O jogador brasileiro, Rafael Busqueti acusa Rui Loja, diretor-desportivo do clube e Afonso Loja, filho de Rui e jovem atleta do Moncarapachense de ter sido agredido após uma discussão que se alastrou para o balneário.
O Moncarapachense é um clube pertencente ao concelho de Olhão que se encontra atualmente a disputar a Liga 3 de futebol. Atualmente vive dias complicados desportivamente, mas também do ponto de vista financeiro.
O brasileiro e o diretor abordaram todas as peripécias da história em conversa com a página zerozero.
Rafael começa por relatar o que sucedeu “eu e o diretor discutimos e ele entrou no balneário: começou a gritar e a constranger-me em frente a todos. Como resposta, peguei no telemóvel, comecei a gravar e fiz questão de falar no meu salário, estava no meu direito. A partir daqui ele ficou nervoso e saiu do balneário, mas quando voltou entrou a correr, deu-me um soco [murro] na boca e ainda um pontapé. Depois disso vários jogadores agarraram-me a mim e ao Rui.”
“Mas, no meio da confusão, ninguém reparou no filho dele [Afonso Loja]. Ele aproveitou-se: veio por trás e deu-me uns 15 murros. Fiquei todo ensanguentado. Não sei como não me partiu o nariz”, relatou o brasileiro de 27 anos.
Rui Loja, diretor-desportivo, relata que “naquele dia, eu já estava um pouco exaltado com outras situações porque a nossa posição [no campeonato] não é boa. E ele virou-se para mim e começou a ofender-me. Há coisas que uma pessoa muitas vezes não consegue engolir. e eu, que se calhar dei-lhe um tratamento especial que não dei a mais nenhum, ao fim ao cabo, acabei mal tratado. Disse-lhe que o queria fora do balneário e ele fez-se a mim: avançou de uma maneira bastante agressiva com o telemóvel a filmar. Eu voltei para trás, fui direto a ele e depois as coisas escalaram. Logo de seguida, os jogadores agarraram-nos, se não a situação poderia ter sido pior. Toda esta situação foi algo que não deveria ter acontecido”.
Rui Loja iniciou o cargo no emblema algarvio esta temporada e explica que “ele [o Rafael] telefonou à GNR e, passado uns 10 minutos, nós já tínhamos uns quatro/cinco carros da polícia à porta do clube. Foram uns 10 GNR’s por ali fora a entrar dentro do estádio. Eu identifiquei-me, assim como o meu filho, porque ele também fez queixa do Afonso. Ele criou-nos ali uma situação muito feia, até porque isto foi um conflito interno”, referiu.
Rafael confessa que foi o próprio a fazer a chamada e acusou João André – vice-presidente do Moncarapachense – de pretender encobrir o caso com dinheiro.
“A partir daqui, entrei com um processo crime. Inclusive, há uns dias, o vice-presidente falou com o meu pai e ofereceu cinco mil euros para não falar mais do acontecimento. Nunca vi algo assim na minha vida”, afirmou o jogador brasileiro.
Segundo Rui Loja, a situação foi desvalorizada pelo plantel, contudo, Rafael Busqueti refere que tem os jogadores ‘consigo’ e que, por conta disto, o vice-presidente e diretor desportivo discursaram perante todos poucos dias depois.
“Os jogadores ficaram um pouco tensos, porque o clube não afastou o diretor e, de facto, não é normal. O vice-presidente também falou porque sentiu-se ‘traído porque eu era como um cachorrinho que ele encontrou na rua e deu de comer’. Mas foi isto que eles não compreenderam: eu não estava ali por favores”, alertou o atleta brasileiro que representou o Moncarapachense entre 2021/22-2022/23.