O piloto Pedro Lamy, o primeiro português a pontuar num Mundial de Fórmula 1, no Grande Prémio da Austrália de 1996, onde conquistou a 6.ª posição, sublinhou que o regresso do campeonato «representa muito para Portugal», sendo «uma grande conquista, sobretudo para os amantes de automobilismo», num ano marcado pela pandemia da Covid-19 e por eventos desportivos sem a presença de público.
«O impacto do público no automobilismo não tem o mesmo impacto que no futebol. O piloto dentro do carro concentra-se, o público são os outros carros. Não é tão grave, mas é triste, no “paddock” deve ser terrível. É uma fase em que esperemos que termine depressa», sustentou.
O antigo piloto falou também sobre a descaracterização da Fórmula 1 nos últimos anos com a entrada de novos circuitos em detrimento das pistas tradicionais: «A Fórmula 1 perdeu o carisma e a tradição. A segurança tem vindo a mudar com os países que tinham dinheiro, em vez daqueles que tinham tradição. O dinheiro mudou a tradição da Fórmula 1. Mas com esta mudança, o facto de a televisão não transmitir em canal aberto também afecta. Assim como o facto de não haver pilotos portugueses em prova. Por outro lado, a Fórmula 1 perdeu um bocado, mas não em termos de competitividade. A Fórmula 1 está muito interessante, tem muito bons pilotos e eu acho que as mudanças no regulamento têm sido úteis», considerou Pedro Lamy.
Por Carlos Sousa – Jornalista