O administrador do Autódromo Internacional do Algarve (AIA) admitiu que tem dormido pouco – muito pouco mesmo –, com a promessa de cuidados redobrados para que o sucesso da Fórmula 1 seja uma realidade, pura e dura. Importante é que os adeptos e o público em geral respeitem todas as regras.
Paulo Pinheiro segue a par e passo todas as incidências que se passam no interior e exterior do AIA. Tudo, sem excepção, é calculado ao pormenor e ao cronómetro. Nada pode falhar, nem que para isso tenha de ser adiadas as horas para dormir. Na Mexilhoeira Grande, freguesia algarvia de Portimão mais emotiva em termos de velocidade, uma vez que é aqui que se localiza o Autódromo Internacional do Algarve, palco de grandes eventos mundiais, o grande “circo” está em crescendo.
A par da montagem da “cidade” da Fórmula 1, em que os camiões avançam a um ritmo vertiginoso a encher o paddock, a prevenção também permanece intocável. Para Paulo Pinheiro «tem sido uma azáfama gigante».
«Esta é uma fase de enorme pico de trabalho num Grande Prémio de Fórmula 1 e vai ser assim até ao final do dia desta quinta-feira. É a fase em que tudo tem de ser feito e ficar pronto, desde as montagens, as pinturas, a protecção, os contentores, os geradores e até as cozinhas. Isto é um mundo. Temos a equipa do Autódromo Internacional do Algarve, os nossos empreiteiros, e depois, à parte, toda a estrutura da Fórmula 1 que também trabalha sem descanso», referiu o administrador do circuito que recebe, de sexta-feira a domingo, a Fórmula 1 Heineken Grande Prémio de Portugal.
O trabalho tem sido enorme em que nada pode faltar face às exigências de uma competição como a Fórmula 1: «É, sem margem para dúvida, um orgulho sem paralelo. Já tive a oportunidade de falar com os responsáveis da Federação Internacional do Automóvel (FIA) e testemunhei, mais uma vez, o apreço que todos têm pelo traçado, pelas infra-estruturas e, acima de tudo, pelo cuidado que colocamos em campo, bem como pelo apoio da cidade. É um circuito de que todos gostam e isso deixa-nos deveras orgulhosos».
Paulo Pinheiro diz que «toda a gente anda preocupada». «É fundamental que as pessoas se saibam comportar e que tenham respeito pelas directrizes e normas. Façam o que tenham a fazer, mas sempre em segurança, sem colocar em causa o esforço e o trabalho dos outros, que andam há largo tempo a estudar os melhores procedimentos, e, claro, privilegiando sempre a saúde», admitiu o engenheiro e administrador do AIA.
«Todos desejamos que a corrida seja um orgulho e há muito a respeitar. Não podemos correr riscos e a saúde, repito, é a nossa maior preocupação. Tem havido muito trabalho nesse sentido, ou seja, na prevenção, e, embora mais afastado do nosso raio de acção, claro que obriga a outro esforço e gere mais preocupações. O que vamos ouvindo, é que os novos casos estão mais relacionados com as reuniões familiares, os lares e nos encontros de amigos e menos nos eventos públicos. Daí aproveitar todas as oportunidades para sensibilizar as pessoas, apesar do forte contingente policial que vai estar no Autódromo. Mas não podemos destinar um agente da autoridade para cada pessoa», considerou Paulo Pinheiro.
A Fórmula 1 Heineken Grande Prémio de Portugal está quase a “rebentar” no Autódromo Internacional do Algarve, mas nem a proximidade com o regresso da prova ao nosso país tem entusiasmado os adeptos do automobilismo. A competição portuguesa vai ter a lotação reduzida, devido às restrições impostas pelo Governo face à pandemia da Covid-19. O administrador do AIA admitiu a redução do número de espectadores para 27.500, calculando que fossem suprimidos os lugares de peão, depois de terem sido colocados à venda cerca de 46 mil bilhetes.
«Inicialmente, tínhamos um valor estimado em 40 mil pessoas, mas não vamos chegar lá. Não há hipóteses de um enquadramento destes. Face ao cenário actual, colocamos a fasquia abaixo dos 30 por cento da lotação do Autódromo (95 mil espectadores). Tudo isto vai obrigar a uma maior rigidez nos procedimentos, nos acessos, nos torniquetes. Os cuidados serão redobrados e apelo, de novo, às pessoas, para que respeitem todas as indicações e cumpram as normas», referiu Paulo Pinheiro.
No Autódromo Internacional do Algarve, a segurança é crucial para o sucesso da Fórmula 1 Heineken Grande Prémio de Portugal, pelo que, entre corpo policial, efectivos da GNR e elementos de segurança propriamente ditos, serão mais de mil: «Mas o sucesso da prova vai depender muito das próprias pessoas», finalizou Paulo Pinheiro.
Por Carlos Sousa – Jornalista