Aos 23 anos, a pequena Diana Torres sonha ser atriz, e, por isso, quer estudar teatro em Lisboa, mas, por agora, o seu ‘palco’ é a piscina, onde conquista medalhas em competições para nadadores com Síndrome de Down.
Diana Torres, atleta do FC Porto, é recordista mundial dos 200 metros bruços e detentora de várias medalhas internacionais, as últimas das quais duas de bronze conseguidas esta semana nos Mundiais para atletas com Síndrome de Down, que decorrem até sábado em Albufeira.
Diana começou a competir ao mais alto nível em 2012
A nadadora da Maia conta, à agência Lusa, que começou a competir ao mais alto nível em 2012, mas lembra que foi para a natação com quatro anos por questões de saúde.
“Eu era muito pequenina, ainda hoje sou, e decidiram pôr-me na natação. Na altura, tinha algum medo”, afirma Diana, lembrando que “tinha muito medo” e que, por isso, “estava sempre agarrada ao pescoço da avó”.
Depois de terminar a escola, Diana frequentou um curso profissional na área da cozinha, e garante “fazer bolos muito bons”, mas o seu grande sonho é ser atriz e conseguir entrar numa novela.
“Quero ir para Lisboa e fazer um curso de teatro” assume, assegurando que isso não a impedirá de continuar a nadar, porque na piscina sente “felicidade e liberdade”.
Cada vez que alcança bons resultados sente que o seu trabalho “é recompensado” e fica feliz “por saber que os treinadores e a família também ficam contentes”.
O apoio da família nas grandes provas “é muito importante”
O apoio da família nas grandes provas “é muito importante”, e conta que a mãe chora sempre que a vê no pódio, porque, diz, “as mães são assim, choram sempre pelos filhos”.
Diana Torres sabe que não pode participar nos Jogos Paralímpicos, e considera isso “uma injustiça”.
“Não existe uma classe para nós, só poderíamos ir com os atletas da deficiência intelectual, mas esses tem o corpo maior e mais forte do que nós. Não conseguimos”, refere, inconformada.
Diana confidencia que, “às vezes, sente” que as pessoas não a aceitam bem por causa da Síndrome de Down, e não consegue perceber porque é que isso acontece, uma vez que, garante: “Consigo fazer quase tudo o que toda a gente faz”.
A nadadora do FC Porto está entre os 10 representantes portugueses nos Mundiais DSISO, uma competição que decorre até sábado e que junta cerca de 200 atletas, de 24 países.
Após três dias de competição, Portugal soma 21 medalhas, sete das quais de ouro, e ocupa o segundo lugar no quadro de medalhas, atrás da Grã-Bretanha, que tem 24 subidas ao pódio, e à frente da Itália, que é terceira, com 15.