O nosso atleta farense meio-fundista Isaac Nader e o velocista João Coelho querem ‘coroar’ as suas temporadas com a presença nas finais dos Campeonatos do Mundo de atletismo, a disputar entre este sábado e 27 de agosto, em Budapeste.
João Coelho deve ser o primeiro dos dois a entrar em competição, no primeiro dia de competições, na estafeta mista 4sx400 metros – sendo um dos seis selecionados para os quatro lugares da estreia lusa na prova.
Seguem-se, no domingo, as eliminatórias dos 400 metros, distância em que o velocista do Sporting é recordista nacional, com os 44,79 segundos alcançados há 15 dias, em Chengdu, na China, onde conquistou a medalha de ouro nos Jogos Mundiais Universitários.
“O meu principal objetivo seria chegar a uma final. Gostava de sonhar com medalhas, mas quero ser realista. Por isso, acho que chegar a uma final já seria muito bom”, admitiu o atleta natural de Alhandra, estreante em Mundiais, em declarações à Lusa.
Já com a marca de qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024 alcançada, o velocista do Sporting, de 24 anos, estabelece como objetivo uma presença na final dos 400, marcada para quinta-feira, dois dias depois das meias-finais.
“Ficava satisfeito com a final ou com um recorde pessoal. Não indo à final, não saio cabisbaixo porque a época foi muito produtiva, foi muito boa, tive um grande recorde pessoal, com mínimos olímpicos, mas sairia muito mais satisfeito com uma final”, referiu João Coelho.
O oitavo classificado nos Europeus ‘indoor’ disputados em março, em Istambul, na Turquia, reconhece, no entanto, que a estafeta mista se vai deparar com uma forte concorrência para conseguir uma vaga na final.
“Na estafeta também temos como objetivo chegar a uma final, mas temos adversários muito fortes. Vamos dar tudo, a final também é objetivo, mas sabemos que é mais complicado”, sustentou.
O objetivo do farense Isaac Nader é conseguir fazer a melhor marca possível
Também com marca de qualificação para Paris2024 no ‘bolso’, o farense Isaac Nader, de 23 anos, rejeita que esse resultado lhe confira conforto, porque ambiciona sempre mais: “Não dá uma tranquilidade diferente, porque o objetivo é conseguir fazer a melhor marca possível. Esse vai ser o objetivo, para tentar marcas de nível mundial”.
“Com a marca que fiz [03.31,49 minutos], e acho que tenho mais um bocado de margem, o objetivo claro é estar presente na final. Não há outra forma de encarar a competição. E, na final, tudo pode acontecer, posso ser último, mas também posso lutar por uma medalha”, referiu.
O meio-fundista do Benfica reconhece estar a viver uma boa temporada, depois de em Oregon2022, na estreia em Mundiais, não ter passado das eliminatórias.
“Este verão está a ser o melhor da minha carreira desportiva, as marcas falam por sim: nunca corri tão rápido. O ano passado, depois de ter sido 10.º nos Mundiais em pista coberta, foi difícil, mas foi identificado o motivo porque foi negativo e isso permite melhorar. Este não é um ano de sonho, porque eu sonho com muito mais, mas está a ser um ano muito positivo”, explicou.
Os 03.30,07 do recorde nacional de Rui Silva estabelecido há 21 anos, no Mónaco, estão, segundo o atleta natural de Faro, cada vez mais próximos.
“Se não cair este ano, acho que vai cair para o ano”
“Já olho para os tempos do Rui Silva há muitos anos, mas agora vejo-os com outros olhos. As marcas são bastante boas, mas não são impossíveis. Acho que as coisas podem sair. Se não cair este ano, acho que vai cair para o ano. Tenho-o nas pernas e pode sair a qualquer momento”, avisou.
No entanto, Isaac Nader, que deixou de ser treinado por Rui Silva para ser orientado pelo espanhol Enrique Pascual Oliva, não desvaloriza os feitos do seu antigo treinador.
“O Rui Silva está noutro nível não só pelos tempos que fez, mas pelas bastantes medalhas que conquistou”, conclui Isaac Nader, aludindo, entre inúmeros outros pódios, à medalha de bronze nos 1.500 metros dos Mundiais Helsínquia2005.
A 19.ª edição dos Campeonatos do Mundo de atletismo vai ser disputada em Budapeste, entre sábado e 27 de agosto, pouco mais de um ano depois de Eugene ter acolhido a competição que tinha sido adiada em 2021 devido à pandemia de covid-19.
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