Involuntariamente, foi o próprio ciclista da W52-FC Porto a ‘puxar’ o tema ‘salto para o estrangeiro’, enquanto abordava os seus arranques menos bons na Volta a Portugal.
Do seu “de etapa para etapa, vou-me sentindo melhor e daí ser um voltista”, proferido entre risos, para a pergunta “então, uma Volta de três semanas seria perfeita?” foi um passo.
“Cada vez está a ficar mais tarde. Gostava muito de ter uma oportunidade dessas, de ir para uma equipa maior e fazer uma grande Volta, é claro. Mas o que é certo é que os anos vão passando, as oportunidades também vão passando e, se calhar, vou pensando mais em ficar por cá”, desabafou.
Ciclista todo-o-terreno e verdadeiro ‘dinamitador’ de adversários – a Torre, onde venceu em 2019, tem sido o seu ‘palco’ primordial nas últimas três edições da Volta a Portugal -, Rodrigues é um dos maiores talentos do pelotão nacional e, para aqueles que seguem a modalidade, é surpreendente vê-lo ainda em Portugal.
“Já tive algumas oportunidades e naquele momento não as aproveitei, por pensar que poderia ter outras. E é assim que, às vezes, se perdem boas chances. Mas pronto…”, assentiu, na entrevista à agência Lusa.
No entanto, Rodrigues garante não estar arrependido, uma vez que tomou “aquelas decisões por achar que “eram as melhores” naquele momento.
“Mas poderia ter alterado ali uma coisa ou outra. Não o fiz e agora é tarde, mas continuo na luta. Também ainda tenho 27 anos, tenho alguns anos pela frente e há muitos ciclistas com 30 anos que saem de Portugal para equipas lá fora e, quem sabe, se não é o meu caso”, notou.
Com um discurso sempre lúcido e desenvolto, o corredor que venceu as três ‘grandes’ do calendário nacional – além da Volta a Portugal, também conquistou a Volta ao Alentejo em 2019, tendo entrado para a história no ano passado ao ser o primeiro ‘algarvio’ a vencer a Volta ao Algarve – considera que ganhar novamente a prova ‘rainha’ poderia servir de impulso para novos convites do estrangeiro.
“A Volta a Portugal viria ajudar, vamos ver se consigo esse objetivo ou não, mas o fundamental é a equipa ganhar”, resumiu o ‘dedicado’ trabalhador da W52-FC Porto.