Petr Gdsoon nasceu em Faro a 6 de maio de 2005. Vindo duma família de músicos, desde sempre que viu a mãe e o pai em grupos de Cante Alentejano, cultivando o que no futuro seria o interesse maior do Pedro, a música. Sempre viveu amado e desejado como filho, mas também sempre se sentiu sozinho, refugiando-se na poesia.
Começa a escrever desde que se lembra de saber escrever, “para mim próprio”, pois nunca se sentiu confortável nos grupos da sua idade, tendo uma relação mais próxima com a comunidade mais adulta da sua vida.
Em 2020, em plena pandemia, com 15 anos lança o seu primeiro álbum, “Osé”. Fruto do diagnóstico de uma depressão, “Osé” é o “retrato mais fiel do período da minha vida, naquele momento, porque são letras brutalmente honestas escritas enquanto olhava para o abismo”.
Olhando para o abismo com Nietzsche como seu guia, o “pequeno Pedro” deu uma volta à maneira como vê a sua vida e, em fevereiro de 2024, trouxe-nos “O Mito de Sísifo”, um agradecimento a Albert Camus, entregando ao ouvinte uma ode à valorização da vida, referindo que “a vida é só uma e apenas esta pele é garantida”.
A LEGADO acompanhou o lançamento oficial do seu álbum mais recente, no dia 3 de março na capital portuguesa, na Casa do Comum, no bairro alto. Um álbum cheio de emoções e verdades próprias, entregue com casa cheia em Lisboa, superando as expectativas.
Olhando para o futuro mais longínquo, Petr Gdsoon deixa bem claro que sair do Algarve é a sua missão: “quero sair à rua e perder-me na multidão, quero conhecer pessoas, quero outras perspetivas, sentir amor e saber que todas as semanas tenho um evento novo para ir, quero ver uma luta a sair do metro, quero confusão”.
Como muitos na comunidade artística, Petr sente que apenas na confusão encontra a tranquilidade.
Embora a sua “missão” seja “fugir” daqui, se o mundo acabasse amanhã, Petr Gdsoon estaria na casa dos seus avós, a escrever, a comer o cozinhado de entremeada da sua avó, “ultimamente tem-me deixado feliz”.
- Por João Melo (Glantosz) – Texto e fotografias
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