O parlamento manifestou esta sexta-feira o seu pesar pela morte do artista plástico algarvio Manuel Baptista, no passado dia 8 de abril, aos 87 anos, aprovando por unanimidade o voto apresentado pelo presidente da Assembleia da República.
No texto apresentado por Santos Silva recorda-se Manuel Baptista como “artista multifacetado que desenvolveu obra no campo da pintura, do desenho, da escultura ou da instalação.”
Natural de Faro, onde nasceu em 1936, Joaquim Manuel Guerreiro Baptista concluiu, em 1962, o curso de Pintura na Escola de Belas-Artes, em Lisboa, onde chegou a lecionar.
Ainda antes de se formar, participou em mostras coletivas, expôs nos salões de Arte Moderna da Sociedade Nacional de Belas Artes, realizou a sua primeira exposição individual, na Galeria do Diário de Notícias, e esteve presente na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.
Em 1962, foi para Paris, com uma bolsa da Fundação Gulbenkian, e, em 1968, para Ravena, como bolseiro do Instituto de Alta Cultura. O seu percurso desenvolve-se em vários países, nomeadamente na Alemanha, onde, no final dos anos 70, fez algum do seu trabalho.
Na sua cidade natal, dirigiu, na década de 1990, duas galerias municipais, a Trem e a Arco, onde expuseram nomes maiores das artes plásticas nacionais, a par de jovens emergentes.
“Manuel Baptista era um artista excecional, distinguido com diversos prémios. Nunca deixou de experimentar e de criar até ao fim dos seus dias, estando a sua obra representada nas principais coleções museológicas do país. Tinha uma personalidade generosa, cultivando com facilidade cumplicidades artísticas, que não raro transformava em amizade”, destaca o texto do presidente do parlamento.
Já o voto do Chega, diz pretender “evocar a história e a memória de um dos mais importantes nomes das artes plásticas em Portugal”, recordando igualmente o seu percurso académico e artístico.
“Manuel Batista desenvolveu técnicas pouco convencionais, como a colagem e apropriação de imagens, as quais trabalha, estilizando-as e aplicando-as em telas com geometrias originais, recorrendo a uma paleta cromática vibrante e, por contraste, recorrendo ao branco integral, num exercício de depuração radical”, recorda o texto.