A figura do Pai Natal, tradicionalmente associada a presentes, alegria e valores familiares, tem sido retratada em algumas produções audiovisuais como um criminoso, particularmente em regiões onde se verifica uma tentativa de desvalorização das tradições natalícias ocidentais. Segundo informações veiculadas por portais de notícias e por testemunhos partilhados nas redes sociais, há sinais de que, em certas áreas sob ocupação russa na Ucrânia, se pretende criar uma imagem negativa do Pai Natal junto das crianças. Esta abordagem, conforme relatada na página da Executive Digest, insere-se num contexto de proibição de canções de Natal e de outras manifestações alusivas à quadra festiva nesses territórios.
De acordo com o mencionado artigo, cidadãos ucranianos que vivem em zonas ocupadas pela Rússia têm revelado que a festividade natalícia está a ser alvo de restrições rigorosas. Tais limitações incluem a proibição de músicas de Natal e, em alguns casos, a censura de imagens do Pai Natal. Neste contexto, surgem também relatos de desenhos animados e folhetos de propaganda onde o Pai Natal surge representado como uma figura criminosa, portadora de intenções maliciosas. A justificação oficial para estas proibições não se encontra documentada de forma explícita, mas acredita-se que as autoridades russas pretendam reforçar a ideia de que as tradições natalícias de origem ocidental não são bem-vindas ou adequadas ao novo regime que procuram implantar nessas regiões.
Nas redes sociais, especialmente em plataformas como o Twitter e o Facebook, multiplicam-se comentários e partilhas de utilizadores ucranianos que descrevem situações em que as crianças são dissuadidas de festejar o Natal tal como o conheciam antes da ocupação. Vídeos e imagens publicados por residentes locais mostram, por exemplo, salas de aula onde o antigo calendário festivo foi substituído por atividades diferentes, supostamente ligadas à cultura russa, ignorando ou desvirtuando a tradição natalícia. Alguns professores relataram, sob anonimato, ter recebido instruções para não promover canções ou símbolos associados ao Natal ocidental.
Em certos casos, afirma-se que as autoridades locais colocaram nos programas infantis produções animadas em que o Pai Natal é descrito como um indivíduo perigoso, procurando, dessa forma, criar uma imagem negativa desta figura tão emblemática. As mesmas fontes sublinham que há um esforço deliberado para “reeducar” as crianças, afastando-as de representações do Natal que não coincidam com a doutrina vigente. Esta estratégia terá resultado em confusão e receio entre os mais novos, especialmente aqueles que estavam habituados a celebrar a quadra festiva com decorações e costumes tradicionalmente associados ao ocidente.
O fenómeno não se limita, porém, a simples retratações nos desenhos animados. Há relatos de que a própria figura do Ded Moroz – a versão eslava do Pai Natal – também tenha sido reconfigurada, passando a ser apresentada, em alguns casos, como uma entidade mais autoritária do que festiva. Especialistas em geopolítica e em questões culturais, citados por publicações independentes, afirmam que esta alteração do imaginário natalício serve para reforçar o poder das autoridades ocupantes e minimizar a influência cultural da tradição natalícia ocidental na formação das crianças.
Até ao momento, não existe um relatório oficial detalhado por parte das organizações internacionais que atuam na área dos direitos humanos sobre a proibição do Pai Natal ou sobre a disseminação de conteúdos que o retratam como um criminoso. Ainda assim, diversos meios de comunicação ucranianos e internacionais têm vindo a recolher testemunhos de pais e professores que confirmam a existência desta campanha de desinformação. A título de exemplo, algumas declarações reproduzidas em fóruns online de cidadãos ucranianos revelam o desejo das famílias de manter vivas as suas tradições natalícias, mesmo enfrentando pressões e restrições severas por parte das autoridades locais.
Num cenário em que o Natal enfrenta censura e deturpações propagandísticas, os relatos divulgados sublinham a importância de monitorizar a forma como as crianças encaram esta quadra. Ao retratar o Pai Natal como um criminoso em desenhos animados e noutros materiais educativos, as autoridades ocupantes podem estar a semear confusão e a reduzir a liberdade cultural. A divulgação continuada de informações, através de plataformas de notícias e redes sociais, contribui para dar visibilidade à situação, permitindo que a comunidade internacional acompanhe a realidade vivida pelas famílias nas zonas ocupadas da Ucrânia, numa época que, para muitos, é tradicionalmente dedicada à paz, alegria e harmonia.
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