Nuno Garcia Lopes vai apresentar no próximo dia 2 de novembro, na Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, em Faro, o seu livro “Os balões que me ensinaram a voar”, com duas sessões para escolas durante o dia e uma para famílias às 18 horas.
O escritor, que acabou de ganhar o Prémio Literário Hugo Santos, regressa à biblioteca onde já fez alguns espectáculos de poesia e contos com o seu grupo “O Contador de Histórias”.
Criado a pensar no público infantil, este livro rapidamente começou a conquistar gente de todas as idades, partindo de uma história verdadeira para falar sobre a morte e a forma de lidar com a ausência de alguém com quem convivíamos diariamente, marcada pela alegria da descoberta, no mundo que nos rodeia, de elementos em que encontramos a possibilidade de “comunicar” com os que partiram.
A história é a da Lena, como a conheciam as muitas dezenas de crianças que ao longo de uma década ajudou a crescerem harmoniosamente no ATL da Associação de Pais e Amigos das Escolas de Linhaceira, em Tomar. Animadora daquele espaço, de que foi uma das principais responsáveis pela instalação, foi vítima de síndrome de Evans, uma doença rara auto-imune, só diagnosticada muito tardiamente.
Nuno Garcia Lopes e Helena Marques casaram em 1999, no mesmo dia em que publicaram um livro em comum, “O sonolento hábito das casas”, com poemas dele e fotografias dela. O propósito de a homenagear, no dia em que completaria 50 anos de idade, levou-o à criação de uma obra com a colaboração da ilustradora Sara Brito e da designer Sylvie Lopes. Juntos conceberam um livro que rapidamente extravasou o propósito inicial, transformando-se num objecto reconhecido pela sua qualidade e arrojo gráfico, a que o texto alia uma mensagem em que os leitores se revêem.
Como sublinha Rita Pimenta, uma das poucas jornalistas a escreverem regularmente sobre literatura para crianças em Portugal, no jornal Público, o livro “é uma ajuda para as crianças lidarem com a perda”, mas é-o “para os outros, também”. E isso tem sido notório nas reacções dos leitores. Entre eles, curiosamente, muitos professores e profissionais de saúde.
O livro, cuja 1ª edição esgotou rapidamente, é uma publicação conjunta da Associação de Ideias para a Cultura e Cidadania e da Associação de Pais e Amigos das Escolas de Linhaceira.
A literatura infanto-juvenil é uma componente importante da obra literária de Nuno Garcia Lopes, que é também contador de histórias com presença regular em bibliotecas e escolas. Mas de que fazem parte igualmente o conto e a poesia, género em que acaba de ganhar o Prémio Hugo Santos com o seu mais recente livro, “Uma casa de papel onde morar”.
O escritor pode ser conhecido melhor em www.nunogarcialopes.pt .