Marília Monteiro e Luís Barros, residentes na Batalha, distrito de Leiria, foram conquistados pela beleza natural de Montargil, especialmente pela imponente barragem que se assemelha a um vasto espelho de água. Esta vila, situada no distrito de Portalegre e com cerca de quatro mil habitantes, tornou-se o refúgio de férias do casal sempre que têm oportunidade. A ligação à região foi tão forte que, em 2022, decidiram abrir um alojamento local, o Lake View House. O que inicialmente parecia ser apenas um projeto isolado revelou-se o primeiro de vários. Dois anos depois, lançaram um novo empreendimento, desta vez com um conceito diferente.
“Um colega nosso, que conhecia o nosso interesse por Montargil, disse-nos que havia um moinho à venda. Começámos logo a imaginar como poderíamos transformá-lo num projeto de turismo”, partilha Marília Monteiro, de 41 anos, em declarações à nossa fonte, a NiT.
A localização privilegiada do moinho foi outro fator que cativou o casal. Situado no ponto mais alto da vila, perto do marco geodésico, proporciona uma vista de 360 graus sobre Montargil. “Os habitantes dizem que, em dias específicos, é possível avistar a Serra da Estrela ao longe”, acrescenta Marília à mesma fonte, que também se dedicou a explorar a história do edifício, construído no início do século XX.
Durante várias décadas, o moinho foi utilizado para transformar trigo em farinha, mas ficou inativo a partir dos anos 1940. “O proprietário ofereceu-o ao filho, que não lhe deu uso. Mais tarde, foi vendido e adaptado como armazém para produtos agrícolas nos anos 50”, explica.
O edifício passou por diferentes proprietários até ser adquirido por Marília e Luís há cerca de um ano e meio. “Estava completamente vazio, sem máquinas ou qualquer estrutura interna. Decidimos reconstruí-lo e torná-lo o mais bonito possível”, revela. No exterior, optaram por pintar as paredes de branco e azul, evocando as cores tradicionais do Alentejo. Após seis meses de obras, o Moinho da Barragem de Montargil ficou pronto em novembro para receber os primeiros hóspedes.
O interior do alojamento distribui-se por três pisos. No rés-do-chão, há uma kitchenette equipada com mesa e cadeiras, bem como uma pequena sala de estar. No piso intermédio encontra-se um dos quartos, enquanto o último piso, o “ex-libris” do moinho, oferece um quarto com vista panorâmica para a serra e para a barragem, graças às suas quatro janelas. A decoração conjuga elementos modernos e rústicos.
A antiga eira foi transformada numa piscina, rodeada por um deck de madeira com espreguiçadeiras. Além das duas casas de banho interiores, existe outra no exterior, destinada ao apoio da piscina.
O terreno, com cerca de cinco mil metros quadrados, inclui várias áreas de lazer e descanso. “Plantámos uma vinha para, no futuro, podermos oferecer experiências como vindimar e fazer vinho. Também transplantámos oliveiras para realizarmos a apanha da azeitona”, partilha Marília.
Outro destaque do alojamento é a inscrição em grande escala com a palavra “Moinho”, colocada à entrada. “Inspirámo-nos nas letras que existem nas cidades e decidimos incluir um coração, porque este é, de facto, um moinho cheio de amor”, afirma.
Com capacidade para quatro hóspedes, o alojamento custa cerca de 200€ por noite, incluindo pequeno-almoço. As reservas podem ser feitas online.
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