“Natureza Paralela” é o nome dado à exposição de Manuel Batista, que inaugura no próximo sábado, pelas 17:30, no Museu Municipal de Faro.
A mostra desdobra-se entre o Museu Municipal e a Galeria Trem, que passa a adotar, assim, o nome deste ilustre artista farense.
Segundo João Pinharanda, diretor do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) e curador da mostra “sem intenção de ser exaustiva, esta exposição percorre as sete décadas de intensa criação artística deste artista natural de Faro e recentemente falecido (1934-2023)”.
Os trabalhos expostos foram produzidos entre 1962 e 2022. Foram selecionados e pensada a sua colocação no espaço expositivo, ainda com o artista, antes do seu repentino falecimento. “A atual exposição resulta, assim, como sentida homenagem a um grande artista e amigo. Ilustre representante de uma vasta plêiade de nomes que confirmaram a vocação nacional e internacional do Algarve no domínio das artes e das letras”, salienta.
Título da exposição deve-se à poesia de Fiama Hasse Pais Brandão
O título da exposição deve-se à poesia de Fiama Hasse Pais Brandão, com quem o artista manteve uma relação muito próxima (bem como com outros poetas algarvios). “Manuel Baptista oferece-nos realidades simultâneas no seu trabalho. A vocação geométrica das formas e dos volumes, o uso da cor na sua expressão mais aberta ou mais sombria. Assim como, a expressão da natureza convocada através de um traço livre e orgânico; também a acumulação de matéria ou sua rarefacção se articulam de modo alternado ou simultâneo em sucessivas séries ou períodos de trabalho do artista”, esclarece João Pinharanda.
Estarão presentes algumas das suas obras mais icónicas, como as que apresentou em “Fora de Escala”, exibição realizada em 2011 no Museu da Eletricidade | Fundação EDP. Outras pertencem a colecionadores particulares, entidades museológicas e família, algumas delas entrando em exposições pela primeira vez.
Para Pinharanda, “Baptista criou obras que contêm, em simultâneo, todos os caminhos que desejou explorar, num hibridismo criativo, mas nunca eclético. Nas obras coincidem expressionismo lírico e minimalismo, geometria e barroquismo, recuperação da vocação decorativa da arte. Isto, tudo coberto por um certo humor nostálgico através do qual construía a sua visão crítica do mundo”.
A exposição está assim aberta a visitas no Museu Municipal e na galeria Trem-Manuel Baptista até dia 1 de outubro, de terça a domingo.