O Festival Política regressa a Loulé, de quinta-feira até sábado, para “agitar consciências” e refletir sobre o sistema democrático, promovendo a cidadania, a intervenção cívica e os direitos humanos, segundo os organizadores.
“A nossa prioridade é agitar consciências e fazer com que as pessoas se deparem com desafios a que a sociedade democrática as confronta”, disse à agência Lusa Rui Oliveira Marques, um dos responsáveis pela direção artística do ciclo de espetáculos.
Um concerto manifesto da artista A Garota Não, a apresentação dos prémios “Monstros do Ano”, por Fernando Alvim, teatro, exibição de filmes, debates e encontros com deputados são algumas das propostas do festival, que é de entrada gratuita.
Na segunda edição em Loulé, o festival decorre sob o tema “Pós-Democracia”, reforçando a reflexão sobre os limites do sistema democrático, um ano antes da comemoração dos 50 anos do 25 de abril, através da música, cinema, teatro e humor.
Segundo Rui Oliveira Marques, a Pós-Democracia, na edição de 2023 foi lançado um repto aos artistas presentes “para refletirem nos limites do sistema democrático, ameaças” e como pode haver “mais pessoas a participar na vida pública”.
Na quinta-feira, será apresentada no Cineteatro Louletano a peça “Sobre Rosas e Margaridas”, com encenação de Tânia Farias, uma criação coletiva da Folha de Medronho e do grupo de teatro brasileiro Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz.
No mesmo palco, na sexta-feira, A Garota Não apresenta o seu concerto manifesto intitulado “Seleção Portuguesa: 10 milhões de convocados” e um punhado de canções que transmitem, segundo a convocatória, “os assuntos que a inquietam”.
No sábado é a vez Fernando Alvim apresentar os prémios “Monstros do Ano”, que promete revisitar os episódios mais surpreendentes do panorama político português, através do humor.
No Cineteatro Louletano vão ainda ser exibidos oito filmes, entre curtas e longas-metragens: além do vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2022, “Alcarràs”, de Carla Simón, e do documentário “Novíssimas cartas portuguesas”, há ainda para ver o documentário “Sou Quarteira”, de Miguel Jacinto e Selma Lopes.
No Café Calcinha haverá o Cara a Cara com os deputados, com os participantes a terem oportunidade de conversar, durante cinco minutos, com os representantes dos partidos com assento na Assembleia da República, através de inscrição prévia.
Por outro lado, no Solar da Música Nova haverá o debate “Democracia sob ameaça?”, com as comentadoras e analistas políticas Helena Ferro Gouveia e Adriana Lopes Cardoso, e a coordenação do comentador da CNN Portugal Rui Calafate.
Outros destaques da programação são o ‘showcase’ da cantora Carla Sousa, no Cineteatro Louletano e a história concerto com oficina “Made in Osvaldo”, da Real Pelágio e dirigida a crianças entre os 6 e os 10 anos, no Solar da Música Nova.
Uma visita guiada pelas ruas de Loulé em busca dos vestígios e marcas da presença da comunidade judaica e um momento musical a cargo da harpista de música sefardita Helena Madeira, no Palácio Gama Lobo, são outras das propostas.
Haverá ainda as exposições de fotografia “Institucionalizado”, de Isabela Marques e Airton Cesar Monteiro, no Solar da Música Nova, “O mundo num click”, de Alexandre Elias, e a instalação “Mulheres PPT – Mulheres na Política PorTuguesa”, de Salomé Marques, no ‘foyer’ do Cineteatro.
A programação do festival está disponível em www.festivalpolitica.pt, sendo necessário reservar os lugares para os espetáculos.
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