A cidade de Faro vai acolher a partir de hoje a segunda edição do MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico – Algarve, com um programa de 14 espetáculos em seis palcos diferentes.
O evento, organizado pelo JAT – Janela Aberta Teatro, inclui ainda, além dos espetáculos de artistas e companhias de nove países diferentes – cinco deles em estreia absoluta em Portugal –, uma residência artística, cinco oficinas, ações de teatro de rua e uma conferência que assinala o 100.º aniversário do nascimento do mimo francês Marcel Marceau.
O festival pretende ser “uma maratona teatral”, colocando à disposição do público “uma espécie de mapa geográfico artístico e teatral por diversas linguagens” do teatro físico, disse à Lusa no começo de maio, à margem da conferência de imprensa de apresentação do MOMI, Diana Bernedo, diretora artística do JAT e do evento.
“O teatro físico abarca muitas linguagens diferentes e tem como eixo principal a fisicalidade do ator. A mensagem é transmitida através do corpo, de um ator ou do elenco, tendo como veículo da mensagem a linguagem corporal em muitas estéticas, como o teatro de máscara, o mimo, o circo ou o ‘clown’”, explicou Miguel Martins Pessoa, o outro diretor artístico do festival.
A primeira edição do MOMI, realizada em novembro de 2021, teve “bastante sucesso”, tendo sido recebidas candidaturas de 250 artistas, de 50 nacionalidades, à ‘open call’ lançada em outubro para a segunda edição.
Em 2023, a organização conseguiu “aumentar o número de dias, de espetáculos, de palcos (interiores e exteriores) e de ‘workshops’”, sinais que “confirmam o potencial de crescimento do festival”, que a partir de agora terá sempre periodicidade bienal, ou seja, de dois em dois anos.
Hoje, a companhia Bratislava Puppet Theatre (Eslováquia) apresenta “Roundaround” no Conservatório do Algarve, às 12:00, enquanto o palco situado na Doca de Faro recebe “Con Su Permiso”, do artista chileno Mimo Tuga, às 19:00 (que repete na sexta-feira), e “Asas de Papel”, do JAT, às 20:30.
O festival prossegue sexta-feira, com “Un Poyo Rojo”, da dupla homónima oriunda da Argentina, no Conservatório, às 21:00.
No sábado, os espanhóis El Perro Azul apresentam “Superhéroe” às 10:00, na direção regional do Instituto Português de Desporto e Juventude (IPDJ), que, às 16:00, recebe “El Comedor de Corazones”, do espanhol José Piris.
De seguida é apresentado o espetáculo “A Possibilidade”, que será resultado de uma residência artística com quatro artistas que não se conhecem – Raúl Iaiza (Itália/Argentina), Joana Pupo (Portugal), Simone Lampis (Itália) e Bambang Prihadi (Indonésia) –, acompanhados por José Alegre, na guitarra portuguesa.
Ainda no mesmo dia, mas no jardim da Alameda e às 18:00, as portuguesas As Testemunhas Duo mostram “A Aparição”, enquanto o Teatro Lethes recebe às 21:00 “Alma de Tigre”, dos espanhóis Elefante Elegante.
O festival encerra no domingo, numa agenda que se inicia com “A Última Borboleta”, da companhia farense A Fera, às 12:00, no IPDJ.
Às 16:00, o mesmo local acolhe a conferência/espetáculo que assinala o 100.º aniversário de nascimento de Marcel Marceau (1923-2007), com a presença de pessoas que conviveram de perto com o mimo francês, como José Piris, seu antigo aluno.
No jardim da Alameda, às 18:00, a companhia espanhola Moveo apresenta “Conseqüències” e, para fechar a programação, o Teatro das Figuras recebe, às 20:00, “Smashed 2”, dos britânicos Gandini Juggling.
Os diretores artísticos do MOMI destacaram que nenhum espetáculo se sobrepõe a outro em termos de horário, permitindo que o público possa assistir a todas as performances.
O preço dos bilhetes, disponíveis nas plataformas habituais e nos locais onde serão realizados os espetáculos, varia entre cinco e 15 euros, estando também disponível o MOMI Passe, no valor de 50 euros.