Portugal, com a sua vasta extensão costeira, é verdadeiramente um destino paradisíaco para os amantes do turismo balnear. De norte a sul, o país oferece praias para todos os gostos. No norte, encontra-se uma praia histórica, outrora considerada refúgio da aristocracia portuguesa e onde o escritor Eça de Queiroz passava férias.
A Praia da Granja, situada no concelho de Vila Nova de Gaia, tem uma história rica que remonta a 1758. Naquela época, os Cónegos Regrantes do Patriarca de Santo Agostinho do Real Mosteiro de S. Salvador de Grijó utilizavam uma propriedade junto ao mar como local de convalescença e repouso. O nome “Granja” origina-se do latim “granum”, que significa grão.
No século XIX, José Frutuoso Aires de Gouveia Osório, médico e político, adquiriu a quinta e transformou-a num couto privado. Este desenvolvimento marcou o início da Granja como estância balnear elitista. A construção de diversas residências para a família de Frutuoso e a venda criteriosa de lotes resultaram na criação da Avenida da Granja, a artéria principal do local.
O grande impulso para a fama da Praia da Granja veio com a inauguração da linha férrea em 1864, que ligava Vila Nova de Gaia a Lisboa. Este desenvolvimento tornou-a a praia mais aristocrática do litoral português, como escreve a VERSA.
A realeza, incluindo o rei D. Luís, a rainha Maria Pia, o infante D. Afonso, o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia, era presença assídua na Granja. A praia também atraía intelectuais como Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Antero de Quental, Guerra Junqueiro e Eça de Queiroz. “Eça de Queiroz, entre outros, escolheu a Granja para os seus momentos de lazer”, lembra-nos a historiadora local.
A Praia da Granja era palco de atividades típicas da aristocracia da época, como torneios de ténis e cricket, bailes e jogos de bridge. A primeira rua pedonal de Portugal, ladeada de jardins e árvores, foi construída aqui, reforçando a imagem de elegância e sofisticação do local.
Hoje em dia, a Praia da Granja continua a merecer uma visita. As casas senhoriais e os chalés permanecem como testemunhos vivos do passado aristocrático de Portugal, oferecendo um vislumbre das histórias que moldaram esta região.
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