Depois do recorde alcançado no ano passado, o número de candidatos às universidades e politécnicos públicos voltou a subir (64 mil), mas o número de colocados ficou ligeiramente abaixo.
Praticamente 49.500 jovens garantiram já um lugar no ensino superior (face aos quase 51 mil de 2020), o que representa, ainda assim, o segundo valor mais alto desde 1989.
Os dados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso acabam de ser divulgados e mostram, por um lado, que 82% foram colocados numa das suas primeiras três opções. Mas também que há ainda 14.500 que não conseguiram uma vaga nesta etapa do concurso.
Contas feitas aos candidatos e aos que entraram, a taxa de colocação fica-se nos 77%, que é também um dos valores mais baixos dos últimos anos. E o problema é que o número de vagas sobrantes para a 2ª fase do concurso não chega a metade (6393).
Na nota do Ministério do Ensino Superior que acompanha estes resultados, destaca-se o aumento de 7% dos estudantes colocados nos cursos que concentram os alunos com as notas mais altas (e que tiveram de aumentar as vagas) e ainda a subida de inscritos nas formações nas áreas de competências digitais (mais 20% face a 2015).
O Ministério assinala ainda a colocação de 21.400 estudantes em Ciências, Tecnologias, Engenharias, Artes e Matemática (áreas STEAM).
Quanto à formação em Medicina, o aumento de vagas foi autorizado e incentivado pelo ministro do Ensino Superior, mas foi novamente rejeitado pela generalidade das instituições.
Apenas a Universidade dos Açores aceitou fazê-lo para o seu ciclo básico de Medicina (primeiros três anos de formação) pelo que o aumento de estudantes colocados é de apenas sete alunos face a 2020 e de 44 face a 2019.
Por universidades, destaque para o ISCTE, a única instituição universitária a preencher todas as vagas (1129) já nesta 1ª fase (ainda que a não inscrição de alguns estudantes que sempre acontece vá ainda libertar alguns lugares para a 2ª fase). As escolas de enfermagem de Lisboa, Porto e Coimbra também preencheram todos os lugares.
Já a Universidade do Porto destaca-se por uma elevada procura (8783 candidatos para 4820 vagas) e por ter vários cursos no top 10 das médias mais altas de entrada.
MAIS ESTUDANTES NO INTERIOR
Quanto aos institutos politécnicos recebem quase 20 mil novos alunos. Apesar de uma ligeira diminuição face a 2020, o conselho coordenador destes estabelecimentos de ensino superior sublinha o facto de várias instituições situadas em regiões de baixa densidade terem atraído mais jovens para estes territórios.
Entre os politécnicos do interior que veem a sua procura subir encontram-se o de Beja, Portalegre, Bragança, Guarda ou Viseu.
A subida é “reveladora da qualidade do ensino politécnico português, da estratégia concertada que tem vindo a ser seguida e da criação de ecossistemas de conhecimento nessas regiões”, sublinha o CCISP.
O Ministério faz a comparação entre os resultados na 1ª fase dos concursos de 2015 e 2021, realçando a subida de 27% de colocações no politécnico (12% no universitário) e de 36% nas instituições localizadas em regiões de menor pressão demográfica. Já em Lisboa e Porto, áreas que concentram quase metade da totalidade dos novos colocados, o aumento neste período ficou contido aos 6%.
38 CURSOS SEM ALUNOS
Existem ainda contingentes com vagas próprias que têm visto a ganhar representação nas entradas no ensino superior. É o caso dos estudantes emigrantes e lusodescendentes (419 ingressos) e dos alunos com deficiência (315).
Num total de 1070 cursos que abriram vagas neste concurso, há 38 que não receberam nenhum candidato e 148 com 10 ou menos colocados.
A candidatura à segunda fase do concurso nacional de acesso decorre entre 27 de setembro e 8 de outubro. Além das vagas sobrantes já conhecidas, juntar-se-ão depois as que resultarem de não inscrições de alunos colocados na 1ª fase. A lista e atualizada a 7 de outubro, sendo possível nessa altura a alteração da candidatura nas 24 horas seguintes.
Os resultados da 2ª fase serão conhecidos a 14 do próximo mês.
Notícia exclusiva do parceiro do jornal Postal do Algarve: Expresso