Na primeira fase do Concurso de Acesso ao Ensino Superior houve 38 cursos com nenhum aluno colocado, na maioria nas áreas das engenharias, com destaque para os Institutos Politécnicos de Bragança e de Castelo Branco.
O Instituto Politécnico (IP) de Bragança aparece em primeiro lugar como sendo a instituição com mais cursos sem qualquer aluno colocado na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), segundo dados divulgados hoje pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).
São onze cursos, na maioria na área das engenharias, que vão desde a Engenharia Civil a Eletrotécnica, passando pela Agronómica, Alimentar ou Zootécnica.
Em Bragança ficaram ainda por preencher todas as vagas dos cursos de Informática de Gestão, Enologia, Relações Lusófonas e Língua Portuguesa, Tecnologia e Gestão Industrial e Informática e Comunicações.
A instituição raiana conta ainda com outros sete cursos com menos de dez alunos, como é o caso de Música em Contextos Comunitários (um colocado) ou de Engenharia Mecânica (quatro colocados).
O IP de Bragança é assim o que disponibiliza mais vagas para a segunda fase do CNAES: São 1.178, depois de uma primeira em que abriram 2.236 lugares, aos quais concorreram apenas 1.074 alunos.
Este é o ano em que houve mais candidatos na primeira fase do concurso – 64 mil – mas também o ano, da última década, em que mais alunos ficaram de fora: 14.552 (33%) não conseguiram ainda um lugar no ensino superior.
Entre as instituições com cursos sem qualquer aluno colocado por falta de candidatura ou erro no processo, destaca-se também o Instituto Politécnico de Castelo Branco com cinco cursos de engenharia sem procura: Civil, Energias Renováveis, Eletrotecnia e Industrial e Engenharia de Proteção Civil.
Há ainda cinco politécnicos com dois cursos de engenharia sem nenhum colocado: é o IP de Santarém, IP Leiria, IP Tomar, IP Viana do Castelo, IP Guarda e IP Viseu.
Nesta lista está também dois cursos da Escola Superior Agrária do Politécnico de Beja, assim como o curso de Engenharia Eletrotécnica Marítima, da Escola Superior Náutica Infante D. Henriques, o de Engenharia Alimentar da Universidade do Algarve e Sistemas e Tecnologias da Informação, do Politécnico de Coimbra.
Os dados do Ministério mostram que há outros 17 cursos com apenas um colocado, como é o caso do curso de Engenharia Civil, do IP Viseu, em que entrou apenas um aluno com média de 16,53 valores.
Na Universidade da Beira Interior, das 24 vagas abertas para o curso de Matemática e Aplicações apenas uma ficou preenchida, assim como no curso de Física e Aplicações entraram apenas dois alunos.
Também na Universidade do Porto, entraram apenas dois alunos para o curso de Engenharia de Minas e Geo-Ambiente.
No universo de cerca de mil cursos, há 137 com menos de dez colocados. Os casos registam-se um pouco por todo o país e em todas as instituições. Tanto universidades como politécnicos apresentam cursos com menos de dez colocados.
O curso de Engenharia Geoespacial, por exemplo, só teve oito colocados na Universidade de Lisboa e sete na Universidade do Porto.
Na Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, o curso de Engenharia de Energias Renováveis tinha 20 vagas, mas só ficaram colocados quatro candidatos.
Nas ilhas, a Universidade da Madeira tem 21 cursos, dos quais três têm menos de dez colocados: a Engenharia de Computadores só entrou um, a civil entraram dois e a Economia foram oito.
No entanto, a maioria dos cursos (73%) viu as suas vagas totalmente preenchidas: São 784 cursos sem sobras para a segunda fase, num universo de pouco mais de mil cursos.