A última ação teve lugar esta quinta-feira e contou com a presença de uma turma de 24 alunos do 1º ano. No total, esta iniciativa, que teve grande sucesso junto da comunidade escolar, chegou a um total de 196 alunos de nove turmas, desta escola do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, do concelho de Lagos.
Palavras ditas, palavras escritas, palavras sentidas. É com as palavras que comunicamos, mas, quando somos cegos e não podemos ler nem escrever com recurso ao sentido da visão, sentimos as palavras com a ponta dos dedos, utilizando o tato. Para tal, usamos o braille, como forma de comunicação escrita.
Para demostrar este modo de sentir as palavras, Dina Neto, uma trabalhadora da Câmara Municipal, que vive esta realidade, tem dado a conhecer como vivem e trabalham as pessoas cegas. De forma lúdica, os alunos conhecem o sistema de escrita tátil braille e a técnica de utilização da bengala branca, assim como outras técnicas e tecnologias de apoio à realização de tarefas do dia-a-dia, mostrando que ter uma incapacidade não é sinónimo de ser desigual e a importância em ajudar os outros.
“Como cozinhas?”; “como distingues o dinheiro?”; “como consegues trabalhar?”, foram apenas algumas das muitas questões colocadas pelos mais pequenos e que não ficaram sem resposta.
“Através desta iniciativa pretendemos dar a conhecer o alfabeto Braille, e o seu inventor, Louis Braille, assim como sensibilizar os mais novos, para as diversas formas que cada um tem de estar e de fazer de acordo com as suas capacidades, mostrando que ter deficiência não é sinónimo de desigualdade” refere a trabalhadora.
“Contamos que, nos próximos meses, esta iniciativa chegue a todas as escolas de 1º ciclo do município”, refere a Vereadora Sara Coelho, com o pelouro da educação e ação social.
Sistema Braille
O Braille é um sistema que foi oficializado em 1852 para possibilitar que, pessoas com deficiência visual, parcial ou total, tivessem acesso à leitura. O sistema é formado por caracteres em relevo que permitem o entendimento por meio do tato.
O sistema recebeu essa nomenclatura em homenagem ao francês Louis Braille, responsável pela criação desse código para cegos. Ele é utilizado em quase todos os países do mundo, sendo uma ferramenta fundamental para a alfabetização das crianças com cegueira.
A 4 de janeiro comemora-se o Dia Mundial do Braille. Este dia é celebrado desde 2019, como forma de consciencializar para a importância da escrita em Braille e para a realização plena dos direitos humanos de pessoas com deficiência visual.