“Um projecto que vai orgulhar todos os olhanenses e mudar a face da cidade”. É assim que o presidente da Câmara de Olhão, António Pina, antecipa os resultados de uma profunda intervenção de reabilitação na frente ribeirinha, cujo projecto foi apresentado ao público esta quinta-feira, dia 23.
Esta verdadeira “revolução” numa das zonas mais nobres da cidade contempla a requalificação dos jardins Patrão Joaquim Lopes e Pescador Olhanense, a zona dos Mercados Municipais e a Avenida 5 de Outubro, e vai conferir a toda esta zona características mais modernas, polivalentes e, sobretudo, amigas dos peões.
O denominador comum desta intervenção é a evocação da Ria, do mar e das tradições olhanenses e a preservação da memória e de espaços icónicos, criando uma zona homogénea, onde jardins, Mercados, Avenida 5 de Outubro e estabelecimentos comerciais vão formar um conjunto integrado, eliminando as barreiras arquitectónicas e visuais que actualmente existem e criando uma zona turística por excelência, bem como um espaço de usufruto para todos os olhanenses.
No Jardim Patrão Joaquim Lopes, o objectivo do projecto agora apresentado é, em traços largos, conferir àquele espaço verde um aspecto mais homogéneo, prevendo-se a construção de uma nova bilheteira e de novos pontos de informação turística para substituir os actuais, requalificação do cais de embarque, da cafetaria e da geladaria e criação de dois novos estabelecimentos de restauração e bebidas. Será ainda criada uma zona de merendas e um monumento de evocação ao patrono do jardim, Patrão Joaquim Lopes.
Em relação a uma eventual intervenção junto das árvores existentes, o presidente da autarquia fez questão de afirmar categoricamente que “não irá haver lugar ao abate de qualquer árvore”.
Já no Jardim Pescador Olhanense, de acordo com uma das autoras do projecto, a arquitecta Amélia Santos, o principal desafio foi reforçar a mancha arbórea e criar espaços de lazer e diversão sem, no entanto, perder de vista o carácter polivalente deste espaço, nomeadamente no que diz respeito à realização de eventos como o Festival do Marisco.
O projecto prevê que passem a haver neste jardim dois parques infantis contíguos, para utilização de crianças de idades diferenciadas. Serão criadas diversas zonas de lazer, com a instalação de espreguiçadeiras que convidam à contemplação da Ria, ou a criação de dois anfiteatros multiusos.
Também o actual ginásio ao ar livre será relocalizado numa zona mais a nascente, de forma a integrar o Jardim Pescador Olhanense e tirar partido da sombra proporcionada pelas árvores.
A venda ambulante que actualmente se efectua neste espaço será relocalizada.
Como resultado, os dois jardins passarão a formar um conjunto coerente do ponto de vista paisagístico e complementar do ponto de vista dos equipamentos e funcionalidades, reforçando a ligação com a Ria.
No que diz respeito à intervenção na Avenida 5 de Outubro, a principal preocupação da equipa que concebeu o projecto foi, adianta Amélia Santos, “reforçar o espaço disponível e dar um carácter mais homogéneo às esplanadas e, ao mesmo tempo, criar uma zona de circulação de peões, numa artéria que se pretende constitua uma ligação e não uma barreira entre a frente ribeirinha e a zona histórica da cidade”.
Assim, os espaços públicos vão ser reorganizados, bem como o estacionamento e a circulação automóvel, com o objectivo sempre presente de privilegiar a circulação de pessoas.
Esplanadas, passeios e faixa de rodagem serão nivelados, para tornar a zona mais “amiga” de quem circula a pé.
Quanto a eventuais mudanças na circulação automóvel, o projecto permite várias soluções. “Não sabemos ainda se a circulação se passará a fazer só num sentido, se se manterá nos dois sentidos, ou se será condicionada. Uma decisão final nesta matéria está pendente de um estudo de tráfego que será elaborado em breve. Em qualquer dos casos, será mantido o número de lugares de estacionamento”, adianta o presidente da autarquia, António Pina.
O autarca sublinha que “este é um projecto de que todos nos podemos orgulhar. Uma vez concluído, Olhão será dotado de uma frente ribeirinha única no Algarve, e talvez no país, moderna, que preserva a tradição, os valores e a alma olhanense, um espaço à escala humana com uma vivência social intensa, onde será muito melhor passear mas, também, onde será muito melhor trabalhar”.
O projecto de arquitectura agora apresentado seguirá em breve para a Sociedade Polis, que será a responsável pela execução. O concurso público deverá ser lançado no segundo semestre deste ano, prevendo-se o arranque das obras no final de Outubro, após a época balnear.
O custo da intervenção ronda 1,5 milhões de euros – 900 mil imputados à Sociedade Polis e 600 mil à autarquia de Olhão.