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Loulé – territórios, Memórias, Identidades (LTMI) é o nome da monumental exposição que abriu portas em Lisboa para mostrar ao país e ao mundo sete mil anos de História do concelho de Loulé.
São os Jerónimos a nova montra da identidade louletana, com o Museu Nacional de Arqueologia a acolher a mostra que aberta ao público não tem data de encerramento, tal a sua importância e o que se espera que a mesma venha a significar no que toca a impacto junto dos visitantes.
Ao lado do ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, o director do Museu Nacional de Arqueologia, António Carvalho, e Dália Paulo, comissária do 365 Algarve, inauguraram na tarde de quarta-feira a magnífica exposição, mas não foram os primeiros a poder espreitar o trabalho que deu origem à mais importante exposição sobre Loulé alguma vez realizada.
Cem crianças do concelho de Loulé foram os primeiros a ver a exposição
Antes de quaisquer outras pessoas a ante-estreia da exposição teve lugar na tarde de quarta-feira passada, com cem crianças louletanas a terem a honra de ver a sua terra como nunca ninguém a viu.
À entrada a receber estes primeiros olhares tão especiais estava o metoposaurus algarvensis, anterior aos populares dinossauros, num verdadeiro desafio à imaginação e num chamado irresistível para o que se seguia.
Numa exposição que se pretende seja, antes de mais, um “objecto” de a propriação pelos visitantes, que melhor iníco se poderia desejar do que ser apropriado por quem tem nos olhos a força da juventude e o brilho da vontade de saber.
Olhar dos comissários deu a Loulé e à sua História uma nova luz, proporcionadora de uma nova visão
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Loulé ganha com a mostra agora patente uma nova forma de ser visto e percebido enquanto concelho e povo que se estende dos picos da serra às areias junto ao mar.
Uma nova visão resultado do olhar perspicaz de sete comissários – Victor S. Gonçalves, Amílcar Guerra, Catarina Viegas, Helena Catarino e Luís Filipe Oliveira – que emprestaram saber e formato discursivo de excelência a sete núcleos, a começar pelo Território onde se faz a apresentação do concelho, passando pelas Memórias – transcorridas ao longo dos núcleos dedicados à Pré-História, à Proto-História, ao Período Romano, à Antiguidade Tardia, ao Período Islâmico e à Época Medieval -, até chegar às Identidades com a projecção de fotografias de rostos e pessoas do concelho.
Como que a coser esta romaria pelo ser e viver louletanos, o catálogo da exposição, verdadeiro repositório de excelência e conhecimento, apresenta-se guarnecido a delicado ponto de escrita pela mestria da incontornável Lídia Jorge, autora maior da portugalidade feita letras e que não deixou de estar também presente na inauguração em Lisboa.
O muito que pode ver e o imenso que pode conhecer
Mais de 300 metros quadrados de exposição, com nove ilhas e dez vitrines expositivas coadjuvadas por LCDs e molduras digitais são as armas de que se vale a exposição para lhe contar tudo sobre os sete mil anos de História louletana.
Para tudo articular, 15 meses de trabalho de cinco comissários científicos e sete executivos, 40 autores de artigos e fichas para o catálogo, 1.200 bens culturais inventariados, dos quais 504 integram a exposição com 166 magnificamente restaurados, são apenas um pormenor numérico do tanto que pode encontrar.
A LTMI revisita espólio de 154 sítios arqueológicos referenciados e mostra registos históricos nunca antes apresentados aos olhos comuns, revelando um Loulé como nunca se viu e que, queira-se ou não, é agora imperdível de conhecer nos Jerónimos.