Dezasseis janelas de edifícios com valor arquitetónico e histórico de Faro servem de palco a artistas de várias áreas das artes e do espetáculo num convite a um percurso pedonal no dia 5 de junho.
Organizado pelos alunos do curso Profissional de Organização de Eventos da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, em Faro, o circuito “Menina estás à Janela” começa às 10:00 e termina às 17:00, percorrendo várias ruas da zona central e baixa da cidade com eventos a cada 30 minutos.
Lojas, ‘hostels’, cafés, restaurantes, edifícios da administração local, associações culturais ou hotéis abrem as suas janelas ao teatro, música, canto, declamação, novo circo e percussão.
É entre visitas técnicas que uma professora e uma aluna revelam à Lusa que este evento, que já vai na sua terceira edição, é, na sua génese, um trabalho letivo que estende a sala de aula para a cidade.
O “Menina estás à Janela” surgiu em 2019 como uma “ferramenta pedagógica” para permitir aos alunos “pegar num evento do início ao fim”, num conceito que foi sendo criado “em conjunto na aulas”, destaca a professora e coordenadora do curso.
“Assim podem dar-se a conhecer, mostrarem as suas capacidades e potencialidades e começarem a ter contacto com as futuras entidades empregadoras”, defende Vera Pinheiro.
Depois de uma primeira edição num formato “normal” e o ano passado o evento ter acontecido no ambiente virtual, ambos com “elevada adesão”, este ano regressa à rua com algumas restrições provocadas pelo combate à pandemia de covid-19.
Dez pessoas irão assegurar em cada janela que as questões de segurança “são garantidas”, reforçadas por “marcas no chão”, cartazes a “solicitar às pessoas essa responsabilidade pessoal”, tudo relembrado por “uma personagem” bem ao jeito do espírito do evento, cuja “missão” é garantir de forma “lúdico-pedagógica” que as indicações “são cumpridas”, realça.
Apesar das restrições nas aulas presenciais, este ano já foi possível concretizar uma das ideias base do projeto e integrar alunos do agrupamento em duas das janelas. Uma jovem acordeonista abre o evento e um ‘rapper’ ajuda a dar vida aos textos do poeta algarvio Bernardo Passos, no edifício onde este residiu.
Ana Beatriz é uma das alunas envolvidas na organização e assume estar a “adorar a experiência” que serve de “motivação” a todos, já que deixaram de estar “apenas na sala de aula” com uma componente “teórica” e abraçaram uma vertente “prática”.
“Este evento faz com que aprendamos a fazer uma parte mais prática, contactar as entidades, estar no terreno e no dia do evento é que vamos mesmo saber como é que vai ser. Está a ser espetacular”, assume a jovem de 16 anos.
A pandemia obrigou que todos os contactos fossem feitos “por ’email'”, mas as visitas para a “escolha das janelas” e questões “técnicas” ou para “decidir decorações” já implicam contactos diretos, destaca entusiasmada, apesar da “complexidade das tarefas”.
A professora realça o entusiasmo dos alunos cada vez que recebiam “uma resposta positiva”, algo que se “tornava gratificante” e uma motivação, o que faz com que “acreditem mais nas suas capacidades” e que o que estão a oferecer é “um bom evento”, ao qual as “pessoas aderem”.
Para além do roteiro, o evento apresenta este ano um concerto de abertura, a 4 de Junho, às 21:00, na Associação Recreativa e Cultural de Músicos pelo quarteto de jazz da casa, acompanhado de um espetáculo de ‘video mapping’.
No sábado, dia 5, de manhã, o Centro de Ciência Viva de Faro, organiza um espetáculo inteiramente dedicado às crianças, com inscrições limitadas.