Cinco municípios da zona central do Algarve apresentaram hoje um projeto de programação cultural em rede que vai disponibilizar mais de 50 eventos, nacionais e internacionais, durante dois anos, envolvendo as populações locais.
“Pretende-se fomentar e aprofundar práticas colaborativas, a circulação de espetadores no território e uma maior diversificação da oferta cultural, tanto para a população residente, como para turismo cultural”, revelou Dália Paulo, coordenadora do Central Artes – Programação Cultural em Rede, durante a apresentação do projeto, em Loulé.
A programação inclui 11 espetáculos com companhias internacionais e nacionais – em Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Albufeira -, privilegiando a formação criativa e a interação com o público através da realização de ‘workshops’ e de um programa de base comunitária que envolve diretamente as comunidades locais, através da criação e apresentação de espetáculos.
Aquela responsável defendeu que uma programação cultural em rede “tem de estar ligada ao território, à sua identidade e às suas comunidades”, por isso, este projeto vai envolver as pessoas, fazendo com que “subam ao palco” e sintam “o suor e lágrimas” da vida artística e de como essas experiências podem “fazer a diferença na suas vidas”, ilustrou.
O início da programação está previsto para 12 de março, primeira dia de um conjunto de três ‘workshops’ dedicados à construção de instrumentos de som a partir de vegetais, dinamizado pelo conjunto austríaco The Vegetable Orchestra.
O resultado final será apresentado num concerto no Mercado da Ribeira, em Tavira, no dia 14, às 21:30, sendo que, no final, os membros da orquestra distribuirão uma sopa de vegetais frescos confecionada pelos próprios.
Para 12 de maio está programado o primeiro de cinco espetáculos com grupos nacionais, com o trio A Presença das Formigas a abordar a música tradicional e popular portuguesa com influências do jazz, música erudita e do mundo, no Cineteatro Louletano.
A 16 de maio faz-se um percurso pela arquitetura, no 5 Espaços, em Faro, às 18:00, pela Companhia Instável, onde cinco coreógrafos se inspiraram nas temáticas da sustentabilidade, comida e tradições locais numa perspetiva e contemporânea.
A manhã é dedicada a um ‘workshop’ de dança contemporânea em espaços urbanos.
O Auditório Municipal de Albufeira recebe a voz e o acordeão de Celina da Piedade, no dia 23 de maio, às 21:30, mas haverá ainda duas oficinas de cante alentejano dinamizados pela artista durante a tarde.
A companhia PIA – Projetos de Intervenção Artística – é responsável pela instalação ‘Passagem’, no Jardim da Igreja de S. Francisco, em Tavira, a 30 de maio às 18:00.
O mote do espetáculo é a história de quatro velhos viajantes que caminham num universo de objetos suspensos, onde, através das memórias do passado, encontram o início de uma nova jornada.
No dia anterior, a 29 de maio, a mesma companhia realiza dois ‘workshops’ de construção de máscaras.
A formação musical Olive Tree Dance encerram os concertos de 2020 com a apresentação do seu último trabalho, ‘Water Return’, na Praça Agadir, em Olhão, no dia 31 de maio às 18:30.
Durante todo o dia a banda dinamiza oficinas de bateria, percussão corporal, didgeridoo e percussão.
A programação deste ano termina com sessões sob o tema ‘Pinto-me dançando’, a realizar-se nos cinco municípios com sessões para o público infantojuvenil e outras para adultos.
As atividades do projeto são de acesso gratuito em todos os municípios e dinamizadas, não só em espaços fechados, como e em contextos exteriores diversos, de acordo com o formato de cada espetáculo.
Para 2021 estão programados cinco espetáculos com a participação da comunidade, cinco com companhias internacionais – oriundos do Brasil, França, Alemanha, Espanha e Itália – e 20 ‘workshops’.
O projeto é uma iniciativa conjunta de cinco municípios do Algarve Central no âmbito de uma candidatura realizada ao Programa Operacional Regional do Algarve (CRESC Algarve 2020), cujo financiamento é de 400 mil euros.