A cidade de Faro recebe a partir desta sexta-feira o festival Spoken Word – Calceteiros de Letras, que durante três dias vai mostrar espetáculos de palavra dita, poesia e performances que se cruzam com dança, música e vídeo.
Em comunicado, a organização adianta que a iniciativa, promovida pelo Gimnásio Clube de Faro, levará ao Algarve “o que de melhor se faz a nível nacional na área do ‘spoken word’ [palavra dita] numa abordagem contemporânea, que funde a arte da palavra com dança, música, teatro e vídeo”.
Citado na nota, o presidente do Gimnásio Clube de Faro, Pedro Bartilotti, refere que o festival “honra todos aqueles que ao longo dos últimos cinco anos têm contribuído para que a palavra dita assuma um papel cada vez mais importante no panorama das artes no Algarve”, tentando contribuir para o surgimento de novos poetas.
O festival arranca na sexta-feira, às 21:30 horas, com os micro espetáculos “Nos olhos da noite”, de Tiago Marcos, e “O esculpir da sombra”, de Sara Martins, ambos acompanhados de música e vídeo.
Segue-se a antestreia nacional de “2700. Dias de Ferro”, espetáculo de ‘spoken word’ no qual Nuno Piteira e Luís Perdigão promovem “uma viagem de comboio pela Linha de Sintra, repleta de rimas, batidas, paisagens sonoras e gente que vai e vem”.
No sábado, às 21:30, estreia-se o espetáculo “Incompletude”, em que duas pessoas (Armando Correia e Sofia Brito) se descobrem através da poesia, com a paisagem sonora ao vivo da cantora Ana Dacosta.
De seguida, Nílson Muniz apresenta “Palavra, corpo e som”, uma coletânea de poemas autorais, onde o ‘performer’ explora a “multiplicidade poética através do universo imagético e sonoro da palavra”, prossegue a nota.
Ainda no sábado, às 15:00, realiza-se a oficina de poesia experimental “O ritmo de um verso”, que explora “o ritmo, o movimento e a potencial sonoridade que existe em cada palavra, transformando poemas em corpos vivos e dinâmicos”.
“Ao longo de uma viagem holística, repleta de múltiplas paisagens e ‘triggers’ [gatilhos] sonoros, Nuno Piteira e Luís Perdigão convidam os participantes desta oficina a mergulharem fundo na alquimia de sons e palavras que cada um guarda dentro de si”, refere a organização.
A iniciativa destina-se a poetas, não-poetas, ‘performers’, atores, cantores, estudantes e interessados pela palavra em geral, a partir dos 16 anos.
O festival encerra no domingo, às 16:00 horas, com os anfitriões Calceteiros de Letras e o micro espetáculo de piano “Raposinha”, do músico e escritor Fernando Pessanha.
Seguem-se, depois, as performances “Até o desejo se queixar que dói”, com interpretação de Ana Rio Vieira, Catarina Ricardo, Elsa Fernandes e Patrícia Gabriel, “A Insulina sai à rua”, a propósito da comemoração dos 100 anos da descoberta da insulina, e “A melhor maneira de viajar é sentir”, do projeto Incorpora.
No final de tarde será entregue o prémio Calceteiros de Letras, “que distingue um artista ou entidade que ao longo dos anos tenha contribuído para a difusão da palavra e da poesia de forma criativa e original”.
O prémio é uma criação do artista plástico João Frank, autor das apresentações de ‘videomapping’ que vão ser exibidas na abertura de cada uma das sessões do festival.
Naquela que é a quinta edição do festival, o público também é convidado a partilhar textos e poemas em serões de microfone aberto.
O preço diário dos bilhetes é de 5 anos, com capacidade limitada à lotação da sala.
Os sócios do Gimnásio Clube de Faro com quota em dia têm entrada gratuita.