Existe em Tavira uma clínica que realiza radiografias a imagens de Cristo morto.
Sim, leu bem, imagens de Cristo, de madeira. O projecto pertence ao Museu Municipal de Faro, conta com o apoio da Clínica Radis, em Tavira, e junta a radiologia às artes do restauro no intuito de “fazer um melhor diagnóstico do estado de conservação das peças no seu interior”, explicou ao POSTAL Marco Lopes, director do Museu Municipal de Faro.
O diagnóstico serve à posteriori para restaurar as peças da melhor forma possível, “permitindo auxiliar na identificação de focos de infecção” ou “sugerindo medidas de tratamento e de prevenção em áreas específicas e localizadas sem danificar ou sacrificar excessivamente a imagem”, enquadrou o director do Museu de Faro.
A escolha da figura de Cristo para este projecto do Museu deve-se à “representatividade cultural da sua imagem” e também à “facilidade de colocar as peças no aparelho para a radiografia”, disse Marco Lopes.
Acrescentou ainda que, para já, não estão abrangidos estes exames a outras figuras religiosas, não negando ser uma possibilidade futura. Neste momento, o grande objectivo será “abrir a porta a outras matérias ligadas ao conhecimento e ao estudo do património”.
Os custos dos exames ainda não estão estimados mas serão “contabilizados ou previstos em publicações, exposições e outras iniciativas que venham a resultar do trabalho de investigação que agora começa a ser feito”, esclareceu o impulsionador do projecto.
Esta análise às figuras de Cristo morto demora cerca de 45 segundos e a radiação utilizada não danifica as figuras. O projecto pretende analisar os 40 Cristos mortos que existem no Algarve.