
Um impulso levou António Zambujo a criar o álbum ‘Até pensei que fosse minha…’, um trabalho totalmente composto por versões de músicas do artista brasileiro Chico Buarque, que vai ser apresentado no próximo sábado, 27 de Maio, no Centro de Congressos de Arade, em Lagoa.
O álbum estreou em Portugal com três noites esgotadas no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, um presente do público que deu ao músico português “a maior alegria que uma pessoa pode ter. Nós tivemos que fazer mais um espectáculo porque as duas primeiras noites já estavam esgotadas e o terceiro concerto também esgotou. É óptimo ver que as pessoas têm curiosidade e gostam de ver o nosso trabalho”.
Por uma questão de agendas, a digressão começou no Brasil, no final do ano passado, com espectáculos no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo, que entraram directamente para o Top 10 dos melhores concertos do ano, nos jornais brasileiros ‘O Globo’ e ‘A Folha de São Paulo’. António Zambujo esteve no Brasil para uma tournée, que já estava agendada a algum tempo, e que só vai terminar em Novembro deste ano.
Chico Buarque participou na produção do álbum
Em Portugal, “Até Pensei Que Fosse Minha” já atingiu a marca de ouro e faz parte do top de discos mais vendidos desde o seu lançamento. António Zambujo disse ao POSTAL que “sempre tive uma grande influência da música brasileira, enquanto ouvinte e intérprete, e o Chico Buarque é, para mim, um dos maiores autores do género de música brasileira e um dos melhores na língua portuguesa. É uma pessoa que eu admiro bastante e a ideia deste álbum é homenageá-lo, cantando”.

Com 72 anos, Chico Buarque participou na produção do álbum e chegou mesmo a gravar com António Zambujo, uma nova versão do tema ‘Joana Francesa’. Para o músico alentejano, esta “foi uma experiência surpreendente. Quando alguém faz algo deste género, a homenagear outra pessoa, ninguém está à espera que essa pessoa participe na produção do trabalho. Quando surgia alguma dúvida em relação às letras ou às harmonias, ele ajudava-nos a resolver. A participação dele aqui foi uma mais valia para o álbum e para todos nós”.
Além de Chico Buarque, o álbum conta também com as participações especiais da cantora brasileira Roberta Sá, no tema ‘Sem Fantasia’ e da fadista Carminho, que gravou o tema ‘O Meu Amor’.
O álbum foi produzido por Ricardo Cruz e Marcello Gonçalves, também responsável pela direcção musical e arranjos, sendo que, a direcção de produção ficou a cargo de João Mário Linhares.
Ricardo Cruz, no contrabaixo, João Moreira, no trompete, José Miguel Conde, nos clarinetes, e Bernardo Couto, na guitarra portuguesa formam a banda que habitualmente acompanha o cantor, à qual se juntam, neste álbum, artistas como o Trio Madeira Brasil de Marcello Gonçalves, no violão de sete cordas; Sérgio Valdeos e Zé Paulo Becker, no violão; Ronaldo do Bandolim, no bandolim; Anat Cohen, no clarinete; Paulino Dias, na percussão; e Marcelo Cadi, no acordeão.

Digressão por Portugal termina em Junho
O cantor está a percorrer Portugal de norte a sul e vai terminar em Junho a sua tour pelo país, com concertos em duas salas míticas portuguesas: o Coliseu do Porto, a 16 de Junho, e o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 24 de Junho.
Já com oito álbuns editados, António Zambujo garantiu ao POSTAL que “este é diferente, é um álbum especial”. Inicialmente o cantor tinha cerca de 100 temas seleccionados dos quais apenas 16 viriam a integrar o álbum sendo que, a única música que o artista tinha a certeza que queria gravar era ‘Tanto Mar’, um tema que fazia sentido porque tem a ver com Portugal.
António Zambujo volta ao Algarve a 27 de Maio, em Lagoa, depois de também ter esgotado o Teatro das Figuras, em Faro, a 15 de Abril. O cantor alentejano garantiu ao POSTAL que “é sempre muito agradável voltar ao Algarve” e deixou uma mensagem a todas as pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de assistir ao concerto: “desfrutem do espectáculo porque nós vamos fazê-lo com muito gosto”.
(Cátia Marcelino / Henrique Dias Freire)