Quando pensamos em grandes fortunas, é provável que nomes como Elon Musk ou Jeff Bezos venham à mente. Mas sabia que, há cerca de um século, um dos homens mais ricos do mundo escolheu Portugal como o seu refúgio? Esse homem era Calouste Sarkis Gulbenkian, uma figura enigmática que deixou um legado cultural, financeiro e humanitário que ainda hoje influencia o país.
Nascido em 1869, em Istambul, numa família arménia abastada, Gulbenkian destacou-se como um dos maiores negociadores de petróleo da sua época. Visionário e perspicaz, foi pioneiro na construção de acordos que resultaram na criação de gigantes petrolíferos como a Shell. Aos poucos, tornou-se uma figura central no mundo da energia, acumulando uma fortuna de dimensões astronómicas.
No entanto, Gulbenkian era mais do que um magnata do petróleo. Tinha uma paixão inigualável pela arte e um desejo insaciável de colecionar. A sua coleção pessoal de arte, composta por mais de 6.000 peças, inclui obras de mestres como Rembrandt, Rubens e Monet, além de antiguidades egípcias, manuscritos raros e joias deslumbrantes.
Foi em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, que Gulbenkian se instalou em Lisboa, escolhendo Portugal pela sua neutralidade e tranquilidade. Apaixonou-se pela hospitalidade portuguesa e permaneceu no país até à sua morte, em 1955. Antes de falecer, decidiu que a sua riqueza deveria beneficiar a humanidade, e assim nasceu a Fundação Calouste Gulbenkian, uma das mais prestigiadas instituições culturais e filantrópicas do mundo.
Hoje, o legado de Gulbenkian está por toda a parte. O Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, é um verdadeiro tesouro nacional, onde as suas obras de arte estão expostas para o público. A Fundação apoia projetos científicos, educativos e artísticos, mantendo viva a visão de um homem que foi tão generoso quanto visionário.
Calouste Gulbenkian provou que a riqueza pode ser usada para transformar vidas e preservar a cultura. E, embora já tenha partido há quase sete décadas, o impacto do “Senhor 5%” — como era conhecido no mundo do petróleo — continua a brilhar em Portugal e além-fronteiras.
Se ainda não visitou o Museu Gulbenkian, talvez seja hora de o fazer. Afinal, é uma forma de se conectar com um pedaço da história que uniu riqueza, arte e humanidade no coração de Lisboa, em memória de um dos homens mais ricos do mundo que escolheu Portugal para viver.
Leia também: Este grelhador do Lidl dá para até 10 pessoas e custa menos de 40€