Importar carros usados é uma decisão que exige uma análise cuidadosa. Antes de se lançar num processo complexo e frequentemente moroso, é essencial compreender os procedimentos inerentes à importação de veículos usados e a sua subsequente legalização em Portugal. Pode ser vantajoso importar carros usados, desde que se tenha um claro entendimento da burocracia envolvida, dos custos associados, dos impostos a pagar e do processo de legalização no país.
Esta prática tem-se tornado cada vez mais comum entre os portugueses, que procuram modelos específicos a preços mais competitivos. Contudo, é crucial estar bem informado sobre os métodos de legalização para avaliar se realmente compensa, escreve o Ekonomista.
O que saber antes de comprar
Uma compra desta magnitude não deve ser feita às cegas. É imprescindível informar-se sobre o estado do carro, a sua idade e quilometragem.
Primeiramente, escolha o país de importação, pois cada país acarreta diferentes custos. Para avaliar o exterior do veículo, o número de sinistros e os proprietários anteriores, introduza o VIN (Número de Identificação do Veículo) online em sites como AutoDNA ou VIN-Info, que oferecem informações detalhadas sobre o histórico do automóvel.
Esteja especialmente atento a carros com sinais de corrosão, provenientes de regiões com muita neve, pois podem apresentar problemas de chaparia e componentes mecânicos.
Calcule os custos de importação. Pode optar por um mediador para inspecionar o carro no país de origem, o que aumentará os custos devido às comissões. Se tiver conhecimentos mecânicos, pode inspecionar o carro pessoalmente, considerando as despesas de viagem, estadia e outros custos associados.
A forma como o carro chegará a Portugal também é importante. Se puder conduzi-lo até cá, deve somar os custos de portagens e outras despesas de deslocação, além de solicitar uma matrícula provisória e seguro temporário, conforme o Artigo 31º da Lei nº 22-A/2007, que permite a utilização de matrícula provisória por até 90 dias.
Se optar por transporte especializado, lembre-se de que quanto mais distante for o país de origem, mais cara será a operação. Neste caso, Espanha pode ser um destino vantajoso para aquisição.
Saiba os custos e impostos associados:
É essencial informar-se sobre os preços da legalização e verificar se incluem o IVA. Os custos e impostos variam de país para país. Além dos gastos de transporte, considere o IVA, o registo de propriedade, o livrete e o Certificado de Conformidade Europeu (COC), sem os quais o veículo não pode circular na União Europeia.
Outro custo significativo é o ISV (Imposto Sobre Veículos), pago na primeira matrícula do veículo no país de destino. Este imposto varia conforme a cilindrada e as emissões de CO2. Para estimar o valor do ISV, utilize o simulador do Portal das Finanças.
Os veículos importados beneficiam de descontos na legalização quanto maior for a sua antiguidade. Embora Portugal não cobre IVA sobre carros usados importados, existem outras taxas e custos a considerar.
Quais os melhores países para importar carro usados?
Para economizar no valor inicial do carro, opte por países onde os preços sejam mais acessíveis. A maioria dos carros importados para Portugal vem da Alemanha, Bélgica, Espanha e França, que oferecem boas propostas no mercado de usados.
A Alemanha é especialmente recomendada pela conservação dos veículos e preços acessíveis. Os condutores alemães utilizam muito as autoestradas, o que ajuda a preservar a dinâmica e a reduzir o desgaste dos automóveis.
Importar um carro usado pode ser vantajoso, mas exige um conhecimento detalhado do processo para garantir que a compra compensa face aos custos e burocracias envolvidos.
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