A adoção de veículos elétricos (VE) em Portugal tem sido limitada, principalmente devido a preocupações com a autonomia e o preço. Estes fatores são frequentemente citados por consumidores como barreiras significativas à transição para a mobilidade elétrica.
No entanto, o panorama global está a mudar rapidamente, com a China a liderar esta transformação. Estima-se que, em 2025, as vendas de veículos elétricos na China ultrapassem, pela primeira vez, as de veículos com motores de combustão interna. Projeções indicam um crescimento de 20% nas vendas de VE, atingindo mais de 12 milhões de unidades, enquanto as vendas de veículos tradicionais deverão cair mais de 10%, para menos de 11 milhões, avança o Business Insider.
Segundo o Financial Times, este avanço na China deve-se a vários fatores. O governo chinês implementou subsídios e incentivos fiscais para promover a adoção de VE, além de investir massivamente em infraestrutura de carregamento. Adicionalmente, a concorrência entre fabricantes locais tem levado à redução dos preços, tornando os veículos elétricos mais acessíveis aos consumidores. Além disso, a produção em massa e a inovação tecnológica têm contribuído para a redução dos custos de produção, tornando os VEs mais competitivos em termos de preço.
Impacto na Europa
Com a melhoria da autonomia e a redução dos preços, os fabricantes chineses estão a posicionar-se para entrar agressivamente no mercado europeu. A União Europeia tem adotado políticas para promover a mobilidade elétrica, incluindo a instalação de estações de carregamento a cada 60 km nas principais vias.
Espera-se que, até 2025, os tempos de carregamento diminuam substancialmente. Atualmente, um posto de carregamento rápido pode carregar mais de 80% da bateria em apenas 20 ou 30 minutos. Com as novas tecnologias, este tempo poderá ser reduzido para cerca de 8 a 10 minutos, aproximando-se da conveniência dos abastecimentos tradicionais.
Perspetivas para Portugal
Em Portugal, além das barreiras iniciais, há desafios como a infraestrutura de carregamento insuficiente em áreas rurais e o desconhecimento sobre incentivos fiscais disponíveis. Campanhas de sensibilização e melhoria da rede de carregamento são cruciais para desmistificar as dúvidas dos consumidores.
Para que Portugal acompanhe esta tendência global, será crucial investir na infraestrutura de carregamento e implementar incentivos que tornem os VEs mais atrativos para os consumidores. A redução das tarifas de carregamento elétrico, prevista para 2025, poderá ser um passo positivo nesse sentido.
Com a evolução tecnológica e a entrada de fabricantes chineses no mercado europeu, prevê-se que os VEs se tornem uma opção cada vez mais viável e atrativa para os consumidores portugueses nos próximos anos.
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