A União Europeia está a preparar-se para implementar novas regras relacionadas com as cartas de condução, com o objetivo de melhorar a segurança rodoviária em toda a Europa.
Estas propostas, que foram adotadas pela Comissão Europeia, pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho Europeu, abrangem várias áreas-chave, embora nem todas as mudanças estejam a receber consenso total entre as partes envolvidas. Vamos analisar o que está em cima da mesa e como o processo está a decorrer, com recurso à informação partilhada pelo JN.
- Mudanças nas Cartas de Condução: O Que Está em Jogo?
Entre as medidas propostas, há várias mudanças significativas nas cartas de condução e na habilitação dos condutores. Uma das propostas mais consensuais é a redução da idade mínima para os condutores de camiões e veículos ligeiros para os 17 anos, desde que acompanhados por um condutor experiente. Além disso, está prevista a implementação da carta de condução digital, que será reconhecida por todos os Estados-membros da UE, oferecendo uma alternativa ao documento físico. Outra medida comum é a introdução de um período de tolerância zero para a condução sob o efeito do álcool durante os primeiros dois anos após a obtenção da carta. Quanto à validade das cartas, está-se a discutir uma caducidade de pelo menos 15 anos para motociclos e veículos ligeiros, e cinco anos para camiões e autocarros.
- O Processo na UE: O Que Esperar?
O processo começou com uma proposta inicial da Comissão Europeia, seguida pelas posições adotadas pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu. O Conselho Europeu estabeleceu algumas diretrizes, como a idade mínima para os acompanhantes dos condutores mais jovens, enquanto o Parlamento Europeu propôs a possibilidade de exames médicos na revalidação das cartas de condução. Após estas propostas, segue-se o trílogo entre os três organismos, que será retomado após as eleições europeias de junho deste ano.
- Consenso e Controvérsias: O Que Está em Debate?
Apesar de algumas propostas terem recebido luz verde dos três organismos europeus, há controvérsias em torno de algumas medidas. Por exemplo, a questão dos exames médicos na revalidação das cartas tem gerado debate, com algumas partes a criticarem a falta de coragem política no tratamento deste tema. Também se discute a possibilidade de regras mais rigorosas para os condutores em regime probatório, como a proibição de conduzir à noite.
- O Estado da Sinistralidade Rodoviária na UE:
Os dados mais recentes sobre sinistralidade rodoviária na União Europeia revelam que mais de 20 mil pessoas perderam a vida em acidentes em 2022, representando um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Apesar de uma diminuição de 9% em comparação com o período pré-pandemia, a Comissão Europeia considera que os acidentes ainda não estão a diminuir ao ritmo desejado, destacando a necessidade de medidas adicionais para melhorar a segurança rodoviária em toda a UE.
Leia também: Há uma versão das moedas de 1 cêntimo que pode valer 6.000 euros. Veja se a tem na carteira